César,
Há alguns dias fizemos comentários sobre a emancipação da nossa cidade e fiquei de mandar cópia da parte do Diário Oficial de Alagoas sobre o assunto.
(...)
O município com o nome de Delmiro Gouveia e desmembrado de Água Branca foi criado em 16 de junho de 1952, por força da Lei nº 1628 que elevou a vila a categoria de cidade. Mas a instalação da cidade só teve lugar em 14 de fevereiro de 1954, dia da sua emancipação.
O nosso colaborador Paurílio nos remeteu o texto acima e também cópia de um documento importante: a “Certidão de Nascimento” da nossa Macondo. Pegando o gancho do tema e fazendo uma analogia meia-boca e esperando que seja continuada no mesmo tom pelos leitores/colaboradores.
Cheguei
E hoje? Como ela seria para cada um de nós? Se você se mudou, ou continua na cidade, fica a pergunta. As respostas podem variar desde bebê de cueiros (acho que foi assim que o Paurílio deixou Macondo em 1954) até uma senhora matrona, entrada nos anos, respeitável, cheia de filhos queridos...
Agora é com vocês.
14 comentários:
Bom depois do comentário divertido e criativo, imagino então que foi por esse motivo que eu na pretensa categoria de filha do coração, me apaixonei pela cidade que conheci no inicio de minha adolescencia(1983)e jamais consegui ignorar a afinidade com aquela que afinal estava no auge da beleza física e hoje como matrona cheia de filhos passa os dias encantando aqueles seus filhos e filhas agora distante para visitá-la.
Se esquecermos o aspecto oficial da elevação a cidade e voltarmos nossos olhos para o início do povoamento a DG já é bem velhinha. Mas, é uma velhinha vigorosa, em fase de crescimento desordenado e cheia de mazelas. A cada dia aumenta o seu desafio às autoridades municipais, que infelizmente não têm conseguido resolver os problemas que surgem. Contrapondo-se ao Centro embelezado (nem tanto) surge a periferia caótica onde vive a maioria da população em condições que vão da pobreza à miséria. Mas nem por isso deixo de gostar de DG. Raízes são raízes. Nesse caso não há como arrancá-las.
Quando tenho oportunidade de dizer a alguém que sou de Delmiro Gouveia, há sempre uma curiosidade sobre o nosso pioneiro e orgulhosamente falo da nossa história. Acredito que isso acontece com os demais delmirenses. Carrego fortemente dentro de mim um sentimento sincero de amor à minha terra. Aqui no blog, ao lado de outros, já comentei sobre a falta de zelo com o nosso patrimônio histórico, por não termos mais quase nada preservado. Tudo isso, numa demonstração de desejo de ver a continuação dessa história para muitas gerações. Os livros de História não trazem informações sobre Delmiro Gouveia. Nós,delmirenses, enquanto tivermos vida, é que temos que narrar, a viva voz.
Escrevi um artigo em meu Blog mas incorri em erro; mencionei a data da emancipação como dada em 1954. Farei a devida correção com muito prazer. A propósito, não tenho como agradecer ao autor da pesquisa, já que não assinou o artigo, fez um ótimo trabalho de garimpagem. Tentei encontrar informações na Web mas não surtiu efeito, só agora tenho a resposta. Ótimo! No mais, concordo com meu caríssimo irmão, Paulo Cruz, não dá para se pensar em desenvolvimento sem preservação da história. Estive em Delmiro de passagem, sábado último (15/ago/2008), para rever familiares e amigos, saber das novidades e remeter a Agenda do Projeto "Umbu Cavalão" para o mês de outubro. Aproveitei para dar uma escapulida pela noite. Reencontrei Antenor e Marcos Serpa, conversamos amenidades da política local; depois, tive o prazer de prosear com um jovem casal (Tales e Elizete), falamos sobre viver em Delmiro, Chapada Diamantina, música (MPB, rock, blues, etc.), poesia e, também política, só que de alto nível, claro. Fazia frio, pois garoava. Estranho, em agosto... Vestido em uma bata de algodão, penei pela ausência de um blusão. Infelizmente, não levei máquina fotográfica, nem dispunha de tempo, porém trouxe fotos antigas, guardadas na casa da minha mãe, que mais tarde enviarei para o amigo César Tavares. (Do correspondente em Salvador, Luiz Orleans)
Ops! quero me desculpar com o Paurílio. Fiz uma leitura dinãmica, com várias janelas e assuntos abertas na tela do Note, daí não li o parágrafo onde César relata o assunto e menciona o autor da pesquisa. Minhas desculpas, acordar cedo e cair no trabalho é duro... mas está registrado nos Anais do Blog, nossos parabéns ao Paurílio pela boa garimpagem.
Luiz vc não está enganado não. Espia direitinho no documento enviado pelo Paurílio. A Lei foi assinada em 1952 mas sua vigência é a partir de janeiro de 1954. Portanto oficialmente conta-se daí os efeitos da mesmo.
Aguardo o material prometido. Abraços
E mais uma coisa, César. Nem em janeiro foi considerada a emancipação, pois pelo que já li é levada em conta a data de 14 de fevereiro de 1954. Como pode ser isso? Os comentaristas aí que entendem de leis, como explicar - o município é criado em 1952, mas a Lei só entra em vigor quase dois anos depois? Orleans, vc que trabalha no Legislativo baiano, pode explicar?
Fala César e pessoal!! Já retornarei com mais comentários. Estava sem PC.
André.
Não há dúvidas quanto ao fato de termos pertencido a Água Branca, desde os primórdios da nossa história. Também não há dúvida quanto ao nome Pedra, até já foi comentado no blog - deve-se ao fato da existência de muitas rochas na região. Verifiquei em pesquisa que em 1938 é criado o Distrito de Pedra (distrito de Água Branca); em 1943 é mudada a denominação para Delmiro Gouveia e depois veio a emancipação. Mesmo assim, por muito tempo o comum era o nome "Pedra de Delmiro" (mesmo com a emancipação), até nos acostumarmos com simplesmente "Delmiro Gouveia".
É verdade. Quando eu era garoto, ainda residindo no Pariconha, sempre ouvia as pessoas se referirem a DG como Pedra. Algumas vezes ouvia Pedra de Seu Delmiro.
Numa pesquisa, li que os primeiros povoadores da nossa região foram os irmãos Vieira Sandes, no século XVIII. Interessante é que nos nossos dias existem em Delmiro Gouveia pessoas com o sobrenome Sandes. Seriam descendentes daqueles primitivos moradores?
Olha, Paurílio, eu creio que esse problema das datas divergentes quanto à Emancipação deve ser de natureza política. Nesse período pululavam as encrencas entre os políticos alagoanos, houve até tiro que produziu vítima por "bala perdida", ainda continuam as balas, só que direcionadas. Certamente aconteceram divergências quanto aos rumos do Distrito de Pedra de Delmiro. PERGUNTAS para a torcida do AGRO, INFANTE, PEDRA VELHA, PALMEIRINHA... - A quem interessava a emancipação? Quem era contrário a ela? Qual será o segredo desse "Tostines" (risos). Contudo, procurarei informações sobre a natureza legal desses atos legislativos com carinho.
Decerto que a emancipação de DG não agradou Água Branca, pois perdeu uma baita receita. Por outro lado quem passou a dominar a política local do novo município foi o grupo político do Dr. Antenor Serpa. Por sinal, seu cunhado, Alfredizio Menezes foi o primeiro prefeito. A arrumação das datas pode ter sido um acordo político entre as várias correntes. Eis aí um desafio para o fuçadores de documentos empoeirados. Com a palavra Davi Bandeira, meu ex-aluno e historiador dos fatos delmirenses, que por sinal anda sumido do blog.
Paulo, cheguei a conhecer, creio que você também, o seu Gaudêncio, um antigo chefe da estação ferroviária em Delmiro. Sempre tive a impressão de ter sido ele o primeiro prefeito da cidade. Ou teria tido ele alguma função política quando Delmiro ainda era distrito de Água Branca? Você sabe alguma coisa?
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