Pessoal mais um post duplo. Primeiro trago um texto do Eduardo acompanhado por duas imagens de julho de 2008. E logo em seguida resgato um texto postado no blog anterior em abril de 2006. Os textos se complementam pois ambos tratam do melancólico fim do Cine Real
Texto de Eduardo Menezes.
Construído pelos irmãos José Maria e Maximiano Martins Cavalcante, depois foi vendido para José Bandeira Nunes, conhecido por Zé Balbino. Lembro que quando eu era criança meu pai, Zito, fazia a coleta da Taxa Sobre Diversões Públicas que o IBGE recolhia e por isso eu e Ricardo tínhamos o direto a entrar de graça no Cine Real, Cine Pedra e nos circos que iam pra cidade. Segundo o responsável pelo funcionamento das máquinas e também fotógrafo José Petrauskas, que era conhecido por Galego do Cine Real, a última sessão do cinema foi em 25 de outubro de 1983, durante a semana da festa da padroeira de cidade, Nossa Senhora do Rosário, e tinha apenas quatro espectadores. Hoje Petrauskas é conhecido por Galego do PRPC, depois de ter comprado o Ponto Regional de Propagandas Comerciais.
Cine Real: lembranças do passado delmirense.
Texto originalmente postado em 20 de abril de 2006. Aqui postado com alterações e acréscimos( O texto começava com comentários feitos por leitores em outros posts e aí peguei o mote do Cine Real)
O comentário do Eraldo veio com um certo lirismo.Pungente. Para alguém com boa imaginação é possível até visualizar a cena descrita. Está perfeita. Realmente muitos namoros começaram daquela maneira romântica. Certamente alguns terminaram em casamento. Confesso que nunca fiz tal proposta para nenhuma beldade delmirense. Problema meu: feio, pobre, tímido e enrolado
Comentário feito pelo Eraldo Vilar
Quanto ao cine Real, do saudoso Zé Balbino, operado por "Galego-do-Cine-Real", quantas lembranças!. Alguém lembra da musiquinha que tocava pelo alto-falante 5 mins antes da sessão começar e que fazia os rapazes paqueradores que ficavam na pracinha em frente, correr para ocupar seus lugares? (normalmente já guardados pelas namoradas, pois, volta e meia, um namoro em Delmiro começava por um pedido do mocinho para a ruborizada mocinha: "Guarda uma cadeira no cinema para mim?"). rs.. e a suadeira para pegar na mão, no escurinho do cinema?...rs tempos românticos aqules..rss
Comentário feito pelo Danúbio Oliveira
Ainda comentando sobre o Cine Real, lembro nitidamente que no "desenrolar da película eastmancolor", no clímax da emoção do filme, tinha sempre algum maloqueiro que passando pela calçada que ladeava o prédio, dava gritos altíssimos, ou batia numa janela ou chamava alguém pelo nome só p/atrapalhar a concentração.
Texto de César Tavares:
Falar no Cine Real e trazer à tona claras lembranças tais como: Os filmetes sobre futebol feitos pelo Canal 100 e que antecedia a película principal. Quem não lembra da musiquinha "que bonito é"? E quem não se levantava da cadeira e ensaiava uma cabeçada na bola que supostamente vinha em sua direção?
Também atire a primeira pedra aquele que nunca levantou a voz e fez um "Xôôôô para o símbolo da abertura da "Condor Filmes" O pássaro negro e careca se preparava para seu bater de asas e a meninada com o grito preso na garganta a esperar para soltar o Xôôôô que se o bicho pudesse ouvir alguma coisa.
Também ri muito com o comentário do Danúbio. Não lembrava mais da bendita janela lateral. Eu já fiz esta molecagem ao passar por ali e se deparar com aquela janela feita de zinco e pedindo para levar umas pancadas. Então não contava conversa: Parava. Olhava se tinha alguém espiando, subia num pequeno apoio providencial de cimento e que estava ali na parede. E então largava a porrada na janela e isto acompanhado de alguns gritos e gracinhas para quem estava assistindo o filme. Obviamente o retorno era imediato: gritos partiam de dentro do cinema. Não lembro de nenhum elogio a mim e nem a minha santa mãezinha. Assim como eu fazia isto. Outros meninos também faziam. Espero que algum deles tenha a devida hombridade de virem a público purgarem os seus pecados do passado.
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Outra coisa que aprontei por lá, talvez o Danúbio ainda lembre disto, foi quando passou o filme King Kong (do Dino de Laurentis). Eu já havia assistido a película um ou dois dias antes. Geralmente os filmes ficavam em cartaz por apenas 3 dias. E conhecia o final: O King Kong escalando o Empire State Building levando numa das mãos a mocinha(Jéssica Lange). E na hora em que o macacão estava no topo eu gritei bem alto no cinema: DESÇA JÁ DAÍ. Eu tentava imitar o bordão que o saudoso ator Ronald Golias usava em seu personagem na Praça da Alegria(que ainda passava na Globo e ele contracenava com o Miéle). Enfim após eu lascar o Desça já daí foi uma gritaria infernal no cinema. E eu bestamente me senti o máximo por ter sido o moleque a iniciar a zorra. Outro pecado confessado.
Trabalhavam no Cine Real: Galego do Real. Poucos sabem que o seu nome verdadeiro é José Brito Petrauskas. Procurem no verso de velhas fotografias que vocês acharão isto. Pois ele era além do projetista também fotografo profissional. Quem não lembra dele em sua lambreta marrom e com uns longos cabelos amarrados com uma fita? O porteiro era o Zé Real(irmão do Hélio. Este talvez somente Braulio Oliveira e o Ailton Moreira lembrem de quem eu falo pois moravam perto do mesmo) e na bilheteria ficava o Sr. José Balbino ou um dos seus filhos.
O Paulo da Cruz também num post passado levantou a lebre do que eu na minha inocência acho que seja alguma história sobrenatural.(rs) Ele afirmou nos comentários: "Cine Real...Se aquelas cadeiras falassem"
Agora é com vocês : Quais suas lembranças e o que tem para nos contar sobre o Cine Real? Registre suas lembranças por aqui.
15 comentários:
César, muito bom o seu texto!!! Quem nunca aprontou alguma no Cine Real que atire a primeira pedra. Afinal, a tal janela de zinco era convidativa a umas boas pancadas, principalmente naqueles dias que estava passando algum filme que você queria assistir e por algum motivo não podia. O principal deles era sempre a grana, melhor, a falta de grana e aí, por vingança ou por maldade mesmo, batia na janela, gritava e até bombinha soltava nas janelas. E as janelas, com elementos vazados que serviam de ar condicionado, nas noites mais quentes todos queriam um lugar próximo a elas, nas noites mais frias todos queriam sentar do outro lado. Coisas do Cine Real, aquele fumaceiro danado lá dentro e tinha moleque perverso que ficava embaixo da cabine para soltar fumaça no foco do filme imaginando que podia comprometer a imagem.
Quanto aos porteiros, me recordo bem dos dois. Eu e o Hélio, assim como outros meninos, crescemos juntos na mesma Rua da Matriz. O Zé era de uma geração antes.
Abraço a todos.
O filmete do Canal 100 foi escolhido o do Flamengo por ser dito por aí que é o time que tem a maior torcida do Brasil.Que me desculpem os que torciam para outros times. Eu inclusive era Palmeirense.
O Ailton corintiano. Braulio era o único cruzeirense da cidade já o seu pai Seu Vírgilio e os seus irmãos Danino e Genilson eram vascaínos e o Paulinho corintiano. Fábio de Dimas era Flamenguista. Edinho da rua da Matriz era Santista. A Família de seu Valdemar do caminhão era toda palmeirense. E creio que o Betinho irmão do Eraldo era tb botafoguense.
Muito interessante seu blog... e providencial até. Você tem ou conhece alguem que tenha um mapa do município? Estou muito interessado, se tiver qualquer informação que possa me ajudar jesse.cad@gmail.com
Não gosto de futebol, aliás, não gostar é pouco, eu odeio. Mas essas imagens do Canal 100 me trouxeram boas recordações, quando tocou a música de fundo (pã pã pã pãrããããããããããã...) me arrepiei, corri e fui buscar uma cadeira de madeira e me senti como se tivesse dentro do Cine Real e nem paguei a entrada o que me fez lembrar de quando meu pai recolhia a Taxa Sobre diversões Públicas para o IBGE. E é porque eu odiava o Canal 100, rsrsrsrsrsrsssss...
Jessé..
Enviei um email para vc, com uma imagem de um mapa da cidade de Delmiro, em anexo...
Abraçoss
Jessé,
trabalho no IBGE, acho que posso te ajudar
César, quando me referi as cadeiras do Cine Real não estava pensando em assombrações. No entanto creio que o prédio do velho cinema hoje seja mal-assombrado. He, he. Não me peçam detalhes. As razões são várias e cada um pode apresentá-las. Voltando as cadeiras. Eu lembrava dos amassos que muita gente deu ou levou por lá. Bons tempos.
César, eu também assisti a esse filme, King Kong, no cine real, acho que foi no início de 1977. Acredita que me lembro até do "trelo"(trailer) que passou?Rss...foi da Baleia Orca, a assassina. Quanto a dar porradas na janela, pode acreditar, nunca fiz isso. A música que Eraldo Vilar se refere que nos fazia saber que a sessão ia começar, era uma do Vangellis, da propaganda dos cigarros "Advance"...tanranran, taranran...(tocava também uma do The Pop's, mas eram muito comuns as músicas de Renato & seus Blue Caps e The Pop's, tudo dos anos 60, embora estivéssemos nos 70. A propósito, acho muito legal a música dos The Pop's, com aquele instrumental bem característico da década de 60. Uma pergunta: aquem pertence atualmente o prédio que abrigava o cinema? Por que está abandonado por tanto tempo? A espera do quê?
O prédio agora pertence aos herdeiros de Zé Balbino. Nas condições que o prédio está, se vender e dividir com os herdeiros vai dar merreca pra cada um. Dizem as más línguas, ques estão esperndo, uns pelos outros, pra ver quem se "empirulitam" primeiro pra quem ficar por último ser dono sozinho do prédio, rsrsrsrsrss....
NESSE TOPICO, PARA DIVULGAR FOTOS RELACIONADAS COM O TOPICO DE MARIA BODE...
Ola amiggos... A estrada perto da famosa maria bode vai ser restaurada...
Segue link das fotos...
http://estacaofest.com.br/eventos_popup.php?pageNum_fotos=1&id_evento=75
Site do meu amigo TED... Sempre tem fotos muito boas sobre nossa maconbo...
Abraçosss...
Espero que gostem das fotos e do site...
No King Kong, do Dino de Laurentis, o prédio escalado não foi o Empire States Building. O bichano escalou as Torres Gêmeas (aquelas destruidas pelos terroristas).
O macacão escalou o Empire States na versão original, em preto e branco, filmada na década de 20 do século passado. Esta versão foi, também, exibida no Cine Real.
Aliás, prefiro a primeira versão.
È isto mesmo o Ricardo tem razão quanto as torres.
não cheguei a conhecer o cine real, só por histórias. meu sogro também trabalhou lá (Antonho Feitoza).tenho um ingresso da época. como faço para te mandar?
Liciane Peixoto
Liciane basta scanear(ditigalizar) e enviar por email. Grato.
Wow that is a great article.. I' m enjoy it.. good post
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