O texto originalmente falava da casa onde residi por alguns anos: Rua Augusta, 77. Confesso que não foi muito agradável em 30 de dezembro de 2009, ao passar pelo local e encontrar apenas os restos de sua demolição. Enfim, parte das minhas lembranças são definitivamente sepultadas. No post original havia uma foto feita em junho de 2002, e que a reproduzo. E para não ficarmos somente presos ao passado, trazemos também imagens atuais da região circunvizinha.
Rua Augusta, 77
Texto originalmente postado em 08 de outubro de 2004.
Nesta casa morei de junho/1972 até o início de março/1981. Esta foto foi tirada em junho de 2002, então visitando a cidade. Mostrei ao meu filho o local onde passei parte da infância e adolescência.
A casa está um pouco modificada. Foram feitos alguns acréscimos. Um novo cômodo na parte da frente e o levantamento do muro. Ainda é possível ver um toco de uma árvore na calçada ou no que restou dela. Era uma algaroba que fazia uma sombra refrescante.
Nesta casa onde hoje está a terceira janela que dá frente para a Rua Sargento Reginaldo, eu ganhava os meus primeiros trocados. Como vivíamos uma vida extremamente apertada. O orçamento doméstico era reforçado pela “minha banquinha de confeitos”. Por este tempo ainda não havia a onda do politicamente correto.Portanto ninguém falava em “exploração de mão de obra infantil”
Como é uma casa de esquina, tínhamos como vizinhos o antigo e saudoso bar do Palmeirinha. Ali além de bar era a sede do time de futebol. Talvez as novas gerações de delmirenses desconheçam. Mas o Clube Palmeirão surgiu após o Palmeirinha e o nome foi uma derivação.
E ao Bar do Palmeirinha, eu devo os meus parcos conhecimentos de músicas. Ali se ouvia o dia inteiro entre outros: Nélson Gonçalves, Lindomar Castilho, Adelino Moreira, Altemar Dutra, The Fevers, Aguinaldo Timóteo e o hoje ressuscitado e cult Fernando Mendes, que estourou nas paradas com a regravação na voz do Caetano Veloso com o hit ¿E agora que faço eu da vida sem você¿. Pois é. Ouvi muito isto na infância.
Era um tempo onde ainda se pedia aos vizinhos uma ¿xicrinha de açúcar¿ por cima do muro. Como vizinhança lembro-me dos Canutos, do Cleiton, da família de Dimas, dos Batinga que moravam em frente, do Sr. Manoel Olímpio na casa ao lado. Um pouco mais para o fim da rua havia o Roberto irmão da Ana Sandra, o pessoal de Olhos D`Água do Casado(Issinho e Neto) e o pessoal da família Gordinho.
Havia uma meninada boa. E como por está época ainda não havia o domínio da programação televisiva.Pois em DG só se pegava um canal. E assim mesmo não entrava no ar o dia inteiro. Então era a noite que rolavam brincadeiras em plena rua : Roubar Bandeira, a linha divisória era um poste e as bandeiras eram outros postes. Garrafão desenhado com giz no calçamento. E futebol. Convém dizer que eu era e sempre fui muito ruim de bola. Cinturão Queimado, Passar Anel...
Verdadeiramente eram outros tempos. Creio que as crianças delmirenses hoje em dia se divertem de outras maneiras. Tudo tem o seu tempo. Sinto saudades do nosso.
Rua Augusta,77(30/dez/2009) O velho endereço se foi...
Rua Augusta,77(30/dez/2009)
Eis o que restou da lateral da casa e do antigo Bar Palmeirinha
Rua Augusta: tomada feita de sua parte de baixo. Aparece na foto as antigas residências(não sei a sequência correta): Seu Gordinho. Nequinho(seu filho), Né Gobeu,Bitonho,Manoel Olimpio e Lourdes de Zezinho Barbeiro. São estes nomes que lembro. Mas e os outros?
Rua Augusta:Tomada feita da parte de cima e em frente ao nº77. A casa alaranjada pertence(cia) ao Sr. Manoel Olímpio(antigo fiscal municipal) e D. Helena.
Rua Sgto Reginaldo Bandeira vista da parte de "cima" em frente ao Grupo Escolar Francisca Rosa da Costa
Rua Sgto.Reginaldo. Esta era vista que tínhamos olhando das janelas do meu antigo endereço.A casa pintada de verde em primeiro plano é do seu João Canuto, e a esquerda a casa de Inácio e Carmelita Feitosa(pais do meu amigo Cleiton)
Rua Sgto Reginaldo. Tomada feita da esquina com a Augusta.Ao lado do muro que restou há também o que sobrou da famoso bar Palmeirinha.
12 comentários:
Ver a nossa história pessoal sofrer uma perda dá sempre uma dorzinha no coração. Pelo menos naqueles que prezam sua história pessoal. Quando repassei a casinha onde cresci para minha irmã a primeira recomendação foi que a mantivesse em pé tal como era, pelo menos a sua fachada. Se não continuasse até hoje em mãos de familiares já teria sido derrubada para dar lugar a mais um estabelecimento comercial. Ver a foto da casa de Seu Manoel Olímpio e D. Helena, amigos de meus pais, relembrou-me prazeres aos quais não tenho mais direito. D. Helena fazia um doce de mamão que era coisa de outro mundo. Quando ia a sua casa a primeira coisa que vinha a minha mente era: será que ela vai oferecer doce hoje?
Depois de tanto tempo ver as imagens de entrada do grupo escolar Francisca Rosa da Costa(nos dias atuais se lê Escola de Educação Básica e alguma coisa) é super emocionante e ao mesmo tempo nostalgico, por que foi nessa escola que cursei a sexta série do ginasial no então ano de 1977, onde o espaço era um anexo do GVM funcionando somente a noite.
As lembranças são de um ano bem animado e com uma turma bem legal e sem contar as saidas pra tomar uma e outras nos arredores sem deixar de lado o aprendizado que foi super importante.
Ao Cesar só temos a agradecer pelo super espaço de interatividades.
Abraços
Luizinho.
César, eu também morei na Rua Augusta, tenho até uma irmã que nasceu nessa rua no ano de 74.Eu morava em uma casa que era vizinha de uma senhora por nome de Dona Neném e que em um ano que eu não lembro qual foi, ela recebeu em sua casa um médium que operava as pessoas.A rua ficou até famosa. Você lembra disso? Era perto da casa de um senhor que foi prefeito de Olho Dagua do casado. E que dava leite em pó pra gente, todos os dias eu ia com um baldezinho branco pegar o leite. Passei foi bem nessa época. Kelinha.
Kelinha a Nenén que vc se refere era conhecida como Nenén de Manu. A Médium a quem era atribuído poderes de cura era conhecida como D.Cícera de Neópolis. E o então prefeito de Olhos D´Água que morava na esquina era o Zé de Senhor(pai de Alberício que é professor da UFPB em Areia).
Não sei precisar a data ao certa mas isto se deu entre 1972/74. Lembro-me que ganhei um bocado de dinheiro, pois se formava desde cedo uma fila em frente a casa de D.Neném para fazer "consultas". E a minha banquinha de doces era ali pertinho na lateral da casa que aparece numa das fotos deste post. E durante os dias que ganhei uma grana foi com o feitio de uns sanduiches de queijo coalho. Era só abrir o pão francês e colocar um piteco de queijo dentro e pronto.
Kelinha não consigo lembrar de vc. Será que moramos na mesma vizinhança na mesma época? Puxando pela memória lembro de dois vizinhos da D.Neném: do lado direito ficava a casa de uma familia com muitos filhos, mas só lembro do nome do Naldo que jogava bola bem e que faleceu ainda jovem(acho que foi atropelado em S.Paulo) e no lado esquerdo ficava a casa de Neusa(nome igual ao da minha mãe) e que era mãe do Bozó, Joelma e o Bilunga. Será que vc tb lembra destas pessoas?
César,da Dona Neusa e da sua prole eu também lembro e a minha família também era grande. Ná época éramos em seis e no final se chegou a 11. Mas desse Naldo eu não lembro. Pelo menos da minha família ele não era.Kelinha
Em tempo: E se não me engano, estou começando a lembrar de você naquela época. Muito embora eu tinha apenas oito anos em 74.
Kelinha eu saí de DG em março de 81,então vc deveria ter uns 15 anos. Acho que vc conseguirá lembrar sim.
Ainda ví sua casa de pé!!!A rua fica um buraco depois q demoliram a casa!!!
Pois é Iraneide. Além do descampado físico dá tb um certo desconforto e inquietação quando o sujeito se depara que parte de seu passado virou "pó e entulhos".
César,
Moro na rua Augusta há 47 anos e não lembro de vc. Sempre que vejo os comentários, acabo lembrando de alguma coisa. O outro garoto que vendia confeitos na rua Augusta, era eu: Tadeu Gobeu filho de Né Gobeu. Vc lembra de Zé Luzia e D. Brandina? Zé Luzia era conhecido por brinquinho, lembra? Saudades daqueles tempos
Tadeu grato pelos comentários. De vez em quando tb leio suas matérias no jornal local. Lembro do vozeirão do seu Zé Luzia sim. E da D. Brandina lembro vagamente.
abraços
PS: tb lembro do seu pai Né Gobeu. Vcs moravam acho que ao lado da casa do seu Gordinho(pai do Cícero)
Sou bisneto de Manoel Olímpio que morava na casa vizinha a sua antiga residência.Recetemente encontrei com o professor Paulo e a primeira lembrança dele foi a do doce de mamão.Morei na rua Augusta por 28 anos na mesma casa que era do Manoel Olímpio, é importante o seu trabalho com esse blog no resgate da memória da cidade. Parabéns.
David
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