Imagens de ruas sempre trazem interpretações diferentes. Para alguns vêm impregnadas de lembranças e saudades doídas. É quando a pessoa costuma falar: ah nesta casa de esquina morava fulano, naquela ali do portão azul era sicrana que morava. Outros ainda poderão dizer: jogávamos peladas, brincávamos de roubar bandeira, jogávamos futebol comprávamos doces e picolés, íamos estudar com beltrano naquela casa de janelas amarelas...
Para outros a interpretação se dá em cima das transformações urbanas ou até mesmo da ausência delas, é quando a pessoa pode confirmar apenas que passados tantos anos tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Neste post trazemos algumas fotografias tiradas entre os últimos dias de dezembro de 2009, e primeiros dias de janeiro de 2010. E, quase todas foram feitas em horário de pouco movimento nas ruas, principalmente as realizadas na manhã primeiro dia de 2010, quando parte da nossa Macondo Sertaneja ainda dormia bastante cansada pela festa de chegada do ano-novo.
Então, os visitantes poderão seguir em qualquer direção. O legal é quando alguém nos visita e deixa registrada suas impressões.
Vamos ao que interessa.
Rua dos Correios(Jose Bonifácio). Nestas imediações ficava a bodega do seu Antonio "Perna Santa"
Rua dos Correios: numa destas casas morava os famosos jogadores de futebol: Gilmar de Neneco e seu tio Bado.
Parte do prédio dos correios. Onde morava o Seu Vírgilio, Genilson, Braúlio & Cia.
Rua que fica por trás da prefeitura e onde o Ailton Moreira residia
A casa do Ailton era uma destas ai. Não lembro mais qual seja.
Nesta casa/loja onde há pessoas na frente era a casa dos meus avós Augusto e Carlota, e aí morei de junho/69 até junho/72. A loja azul ao lado era a casa onde morou o Iremar Batista.
Rua atrás da prefeitura vista por outro ângulo. Na casa de esquina morava o Tingoré Boca Rica
Rua da Matriz vista de outro ângulo. Será que alguém consegue identificar todas as casas?
PS: e dentro do prisma do dinamismo e interatividade que os blogs representam nos processos de comunicação, o Braúlio Oliveira, nos remete uma imagem de mais de quarenta anos atrás e tirada de ângulo bastante próximo da terceira fotografia de cima para baixo(calçada dos Correios). E assim os leitores podem acompanharem e comparar as mudanças ocorridas.
13 comentários:
César, o seu texto retrata exatamente a nossa impressão, quando nos deparamos com as fotos postadas. As lembranças fluem como um sonho a nos transportar ao nosso recôndito.
Bom ter o Genilson comentando por aqui. Genilson vc ainda lembra dos meninos jogando ping pong na calçada ao lado da casa dos Correios? Era uma calçada alta e que tinha um desnivel ou brecha em relação as calçadas vizinhas e então a calçada mais alta funcionava como uma "mesa baixa" para o jogo?
Tb havia as peladas no terreno baldio ao lados Correios(onde hoje é a prefeitura).
E como esquecer dos campeonatos de "times de botão" disputados em sua casa?
Tb não há como esquecer da generosidade do seu pai(Seu Virgílio)na Copa de 1974, quando ainda poucos tinham televisor, e aí seu pai franqueava a casa para a molecada das ruas adjacentes. Em sua casa, acho que fui pé frio. Dois jogos que assisti o Brasil perdeu.Primeiro para Holanda por 2x0. E depois para a Polônia por 1x0 gol de Lato(disputando o terceiro lugar).
Lembro-me e com muita saudade. Agora mais uma vez fica provado que você tem uma memória de elefante, não por essas observações e sim por tudo o que é apresentado no blog e você recorda.
Quanto ao ping pong, de um lado era vizinha aos correios do outro não a pessoa que residia na época, porém, logo após vinha o armazém de madeira de José Ferreira, a casa de Beré,depois a de Dona Cristina(mãe de Bado)e a de Lourdes, tia de Gilmar de Neneco, casas que aparecem em uma das fotografias postadas. Só que você deixou de fotografar o outro lado da rua no qual moravam pessoas muito conhecidas da nossa macondo ou seja: casa de Dr. Luiz(dentista), anteriormente habitado por Sr. João de Lino, pai de João Carlos, casa de José Wanderley, Terezinha Bandeira, Nelson Liberato, Manoel Vigário do Pariconha, pai de Mário, Moacir, Miguel e Miriam(que casou com Betinho), João Brito, José Humberto e Ota Queiroz, mas vamos parar por aqui.
Além das peladas, jogo de botão, ping pong, as discussões futebolísticas, ainda tinhamos tempo para fazer palavras cruzadas e charadas.
Com a devida autorização publico texto de email enviado por um novo leitor: Tarcisio Augusto.
Caro Cesar
Estou de mudança para Delmiro Golveia, sou professor da UFAL, campus sertão, e gostei muito de seu blog. Verdadeiramente uma viagem no tempo muito interessante.
Tarcísio
César, seu blog é excelente!! Um exercício de pura emoção. Parabéns!!
Iremar a casa da foto era a mesma de suas lembranças?
Muito diferente, César.
A propósito do post Vilela - artista do couro: dá até pra sentir o cheiro característico!
César,
Lamento você ter estado em DG e não ter aparecido na famosa reunião do "Reveillon" que acontece todos os anos em frente a residência de Edna Pinto, irmã de Abrahão. Estavamos por lá eu, Abrahão e vários frequentadores "tímidos" do seu blog. Essa sua mostra de ruas delmirenses é uma volta nostálgica as vias de frequentemente percorríamos em épocas passadas. Nós últimos meses tive a oportunidade de ir a DG para participar de bancas para selecionar os futuros professores da UFAl e aproveitei a oportunidade para ciceronear meus colegas professores pela cidade e enquanto andavamos eu contava histórias que envolveram cada uma daquelas ruas por onde passávamos. Foi um "flash back" nostálgico pela história delmirense. Como têm histórias para se contar! Parece que a medida que a cidade se tranforma é que as histórias vão aparecendo. Quem morou aqui? O que aconteceu com as pessoas que aqui residiram? Que saudade de fulano(a)? E assim por diante. Tive a oportunidade de passar, já tarde da noite, pela rua da antigas 7 casas e não a reconheci. Está totalmente modificada. Comparada com aquela rua que no filme Coronel Delmiro Gouveia, emoldura nostalgicamente a caminhada de Rubens de Falco, caracterizando o fundador, tendo ao fundo a serra de Água Branca, a antiga 7 casas hoje representa outra realidade e outros tempos. Mas, o que seria dos historiadores se não existissem as lembranças, saudades e o desejo de conhecer ou relembrar o passado? São as nossas lembranças que nos alimentam e também alimentam o blog. Continuemos a nossa jornada.
A chegada da UFAL vai mudar muito a cara da cidade. A economia terá um forte incremento, principalmente no setor imobiliário. Quem tiver alguma poupança sugiro comprar imóveis. Quanto à expectativa de melhora cultural, é tão evidente que nem precisaria ser comentada. Certamente surgirão livrarias.
A população de Delmiro, num espaço de 20 anos, deverá triplicar.
Aquela Delmiro bucólica, de 40 anos atrás, estará irremediavelmente extinta.
Cine Real, Cine Predra, Cabaré Deserto, Bar Yolanda, etc, não serão nem sombras do passado.
Quando saí de Delmiro, indo morar em Paulo Afonso, isso em 1953 ou 1954, os locais aqui mostrados com essas ruas bonitas, eram como que esquecidos, praticamente. Lembro que começaram a construir o Correio (antes era na Rua Rio Branco, na vila operária); depois de muito tempo de planejamento começaram a construir a igreja (demoraram muito a concluir a obra); a seguir veio a prefeitura. Aí, sim, aquela região teve um impulso, aparecendo habitações muito boas - passaram a morar ali o Padre Fernando, seu Alfredízio Menezes, seu Manoel Menezes e outras figuras de destaque - e hoje é como se apresenta no post, nada a ver com o tempo passado. Se a nossa terra está modernizada, também creio que a instalação do Campus do Sertão vai fazê-la avançar muito mais, com benefícios até para as regiões vizinhas.
Olhando para a última foto deste "post" (empreto e branco) relembrei a figura simpática de Adalberto, carteiro em DG nos anos 60. Há cerca de um ano atrás o encontrei no supermercado Bompreço, aqui em Maceió. Continua com a mesma aparência, apesar de mais envelhecido.
Paulo no reveillon eu estava na Vila em casa da minha tia. Uma pena mesmo não ter encontrado pessoalmente os colaboradores do blog.
Olhando as fotos com mais calma e de forma ampliada na segunda delas observei que ainda se mantém um velho hábito delmirense(interiorano em geral): colocar as cadeiras na calçada no final da tarde para um "paleio"
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