quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Prédios Delmirenses: Origens do Universo Macondiano

Sobrado em 1948. Atualmente prédio do IBGE
Prefeitura em 1976.

O bom filho a casa torna. Ops ! Isto é frase de cunho religioso. E o nosso colaborador de hoje é o Eduardo Menezes, que tradicionalmente, assim como eu, nunca foi muito chegado a temas desta natureza. Mas vamos ao que interessa. O Eduardo foi o camarada que deu uma grande contribuição ao primeiro site nosso ainda no ano de 2002. Vasculhou tudo o que foi gavetas suas e dos amigos e nos enviou um montão de fotos do passado delmirense. E entre estas fotos havia raridades tais como fotos antigas do eterno e famoso(na Macondo Sertaneja) Ronaldo Macarrão.

E agora ele nos traz um material complementar tema anterior. Vamos ao seu email e depois espero que pingue alguns comentários ao menos.

Olá César,
Eu tava olhando agora o blogger AMIGOS DE DELMIRO GOUVEIA e vi alguns comentários sobre o prédio da prefeitura, de quando foi construído, aí lembrei que tenho uma foto de 1976, que tirei, acredito que pouco tempo depois de quando foi construída. Não sei se já mandei pra você, por via da dúvida tô mandando agora, pode servir para o blogger. Aproveitando o embalo tô mandando também a do sobrado onde funcionou o IBGE, tirada em 1948, mas essa não foi eu, rsrsrsrss.
Abraços
Eduardo Menezes
Onde houver fé, que eu leve a dúvida.

PS: particularmente acho "felomenal" esta frase utilizada pelo Eduardo.





20 comentários:

César Tavares disse...

Grato ao Eduardo. Neste prédio do IBGE lembro-me que nos idos de 1969/70 funcionava a ANCAR. Mas o que era mesmo tal instituição? E antes disto terá sido residência de alguém? Com a palavra Paulo e Abrahão os profundos conhecedores da geografia delmirense.

Anônimo disse...

César adorei a foto do casarão do IBGE mais se vc ja tiver postado ou souber de algem que tenha eu adoraria a foto do casarão onde é hoje o banco do brasil que fica do lado da casa da minha vó, mandei pra vc uma foto com ela e a irmã dela na frente do casarão mais n do casarão todo, ficarei muito grato se vc conseguir, tambem nao lembro o nome dos donos de la mais tenho certeza que a D. Valda minha vó ou ate mesmo meu avô vao dizer quem eram. Assim que eu falar com ela pergunto e dos donos do IBGE e do Banco do Brasil mas tenho certeza que se eu nao responder o tio Abrahão dirá hehe bjs e abracos pra todos...

Paulo da Cruz disse...

Essa foi uma grata surpresa. Uma foto da antiga casa de Zezé Patriota, um comerciante que tinha uma loja no centro da cidade e mudou-se depois para Caruaru. Depois disso por lá passaram vários moradores e no final da década de 60 foi a sede do escritório municipal da ANCAR em DG. Isso no térreo. No primeiro andar moravam dois americanos do Peace Corps (Corpo da Paz), uma organização cheia de escapistas do recrutamento para lutar na guerra do Vietnam. A ANCAR pela terminologia de hoje seria uma ONG. Ela prestava assistência técnica aos agricultores e no caso de DG abrangia também os municípios de Pariconha, Água Branca, Olho d'Água do Casado e Piranhas. Eu estagiei na ANCAR, funcionando nesse prédio, em junho de 1968 e no ano seguinte fui contratado como técnico agrícola, porém fui trabalhar em Pão de Açúcar. Anos depois a ANCAR foi transformada em empresa pública e passou a ser denominada de EMATER até ser extinta no governo Ronaldo Lessa. As notícias que recebo dão conta de que será reativada pelo governo Teotônio Vilela. Quanto ao prédio eu sempre o considerei emblemático, um símbolo da antiga DG, pelas suas características diferentes das outras residências. Na década de 60 só existiam 2 sobrados na cidade. O outro era a sede da prefeitura. Enquanto isso em Água Branca existiam dezenas. Só por ser um sobrado já se destava. Quanto a outra foto, do prédio onde agora está instalada a prefeitura, pude ver comparando com uma fotografia postada anteriormente que a sua fachada foi bastante alterada.

César Tavares disse...

Tiago a casa onde hoje é o Banco do Brasil, acho que era do senhor José Raul(gerente da fábrica). E nesta casa havia uma frondosa árvore na frente onde as andorinhas voltando de suas revoadas faziam pouso noturno. Era uma festa nos céus delmirenses, além de uma chuva de coisas brancas caindo sobre ombros e cabeças dos distraídos.

Anônimo disse...

No meu tempo de guri, lá pelos anos 50, nesse sobrado morava a família de Arsênio Feire, próspero comerciante de DG.

Anônimo disse...

Tiago,

Sou muito amigo de Valda e José Inácio, desde a minha meninice. Só não me viram nascer porque não são parteiros (rs). Quando vou a Delmiro uma das primeiras paradas é lá na casa dos seus avós para um gostoso papo cheio de boas recordações. Você fala sobre uma foto que mandou para César, e talvez seja uma idêntica que também mandei e foi postada no blog em 18 Out 2007. Nela aparecem exatamente dona Valda e a irmã dela, Maricô, tendo ao fundo um pedacinho da antiga casa onde hoje está o Banco do Brasil. O casarão teve vários donos, ou talvez todos eram de uma mesma família e só passava de uma mão para outra: Dom Xavier, Antônio Exalto, Zé Raul, os que me recordo no momento.

César Tavares disse...

aviso: Quem quiser ver as fotos em seus tamanhos originais basta clicar em cima das mesmas. Legal é que dá para perceber os detalhes com maior nitidez. O sistema do blog sempre as deixa no mesmo tamanho e formato.

Anônimo disse...

Bom, Sobre o predio do IBGE... Lembro que já funcionou nesse mesmo local um hotel(pousada). Recordo porque meu tio se hospedava lá, e eu sempre ia ao predio, ficava encantado com a construção, se não me falha a memoria isso foi nos anos proximos de ...94... ---- Meu tio (Abraão) nessa epoca era dono do supermercado que ficava na pedra velha, AO lado do museu...

Ô_Ô Fernando

Eduardo Menezes disse...

O hotel era de Dona Luiza, mãe de Careca, um cara que consertava televisão.

Eduardo Menezes disse...

Conversando com meu pai, para quem ainda não sabe João Menezes (conhecido por Zito), Coletei algumas informações sobre o sobrado da foto que enviei e juntando com as poucas lembranças minhas, chegamos a isto:

- Foi construído por Arsênio Freire, mascate de Mata Grande que resolveu morar em Delmiro Gouveia, onde, após algum tempo comprou uma padaria na Rua Rui Barbosa, onde hoje funciona o posto de lavagem de veículos Irmãos Feitosa.

- Na construção foi usada a madeira de um antigo sobrado pertencente a Agenor Serpa, Pai de Antenor Serpa, que ficava no povoado Várzea do Pico.

- Foi inaugurada em 1948, data da foto que mandei. Aliás, a essa foto foi enviada junto com o convite de inauguração.

- Meu pai, na época com 18 anos, foi a inauguração. Entre os convidados ele lembra que estavam Dr. Antenor Serpa e Joaquim Correia e silva (conhecido por Quinzinho).

- A inauguração teve direito a champanhe (bebida não muito comum na época) e bênção do padre da paróquia local.

- Em 1954, com a instalação do município de Delmiro Gouveia, Alfredízio Gomes de Menezes foi nomeado prefeito, enquanto chegavam as eleições, e o sobrado passou a ser a sede da prefeitura, que depois foi transferida para a Rua do Progresso (atual Av.Pres. Castelo Branco), em cima da farmácia de Quinzinho.

-Dedé patriota, irmão de Zezé, morou no 1º andar.

- Com relação aos americanos ele lembra vagamente de alguma coisa, pois na época tinha ido morar em Colônia Leopoldina, mas acha que ficaram por pouco tempo.

- Quando o IBGE foi instalado, pela primeira vez, no período de 1973 1976 no 1º andar do sobrado, no térreo funcionava a Emater. Nessa época Chico do Berimbau (conhecido por Tarzan, Bilu Tetéia, Roberto Carlos, entre outros apelidos) já morava em um quartinho que ficava nos fundos do sobrado. O prédio pertencia a Miguel Gandu.

- Dona Luiza, mãe de Careca, montou o hotel após a desocupação do sobrado pelo IBGE e a Emater que saíram em um período próximo, Chico do Berimbau também já tinha abandonado o local.

- Quando o IBGE retornou em 1992, o sobrado já pertencia a Maria José Vieira e ficou até 2007. Nesse período funcionou, no térreo, um restaurante que passou por quatro proprietários: Maria, Arnaldo (irmão de Chico, Rubinho, Armando...), Fátima e (não sei o nome) Tio João.

Anônimo disse...

Essas informações de Eduardo têm cunho histórico. Dados sobre a primeira localização da Prefeitura (não sei se ocorre com outros, mas eu não sabia que ela inicialmente tinha se instalado ali); além dos fatos, nomes ligados à história da nossa terra, como o primeiro prefeito... Será que o sobrado ainda vai durar um pouco, antes que aconteça algo como aconteceu com o chalé de Luiz Xavier?

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Cadê o Convite de Inauguração?

Paulo da Cruz disse...

As informações são históricas. A família de Dr. Antenor era da Vázea do Pico, uma aglomeração urbana que no passado foi sede do Município de Água Branca. A história porque parou no tempo eu conto qualquer dia. Eu sempre faço confusão com o Dedé e o Zezé Patriota. Ficou corrigido o meu erro. No entanto gostaria de enfatizar que a EMATER-AL foi uma instituição estatal que absorveu a ANCAR-AL, uma ONG que na época ainda não era conhecida dessa forma e sim como uma associação sem finalidade lucrativa. Eu trabalhei nas duas. Quem funcionou no primeiro andar do sobrado foi a ANCAR-AL. Quanto aos americanos, de fato, eles residiram durante pouco tempo no segundo andar do prédio. Eu lembro bem da época em que Dedé Patriota morou por lá pois uma de suas filhas foi minha professora no curso de admissão e outra foi minha colega no primeiro ano do ginásio.

Luiz Orleans disse...

A fotografia do prédio onde ainda funciona o IBGE, datada de 1948, é um grande achado. Lembro-me de uma foto de Paulo da Cruz, posando para a lente de algum retratista famoso (risos) da escadaria de acesso ao vão superior. Paulo curtia o seu cabelo ao modo Beatles, fase "franginha", coisas da época. É uma construção que podemos considerar bastante diferente, é fato, além disso merece os nossos parabéns que a edigiu. Num sertão brabo daqueles construir com o nível de detalhamento que a foto apresenta era muita coisa. Mas para quem levantou a planta de uma fábrica, uma casa de pavimento superior é fichinha. Viva o povo sertanejo!!! Do colaborador em Soterópolis, Luiz Orleans.

César Tavares disse...

A foto do Paulo mencionada pelo seu irmão Luiz daria um complemento de post não?

Eduardo Menezes disse...

Tiago,

Tenho uma foto que pega boa parte da antiga casa de de Zé Raul (onde está hoje o Banco do Brasil) e parte da árvore. Quando retornar da viajem mando pra César, aí ele vê se é aproveitával.

Anônimo disse...

vendo esta foto da prefeitura lembrei de quando chegava as datas civicas nós, os estudante éramos obrigados a hastear e cantar o hino Nacional, da Indepedência(esse eu adorava cantar) em frente a Prefeitura de manhãzinha e quem comandava era um senhor chamado Lula(não lembro o apelido acho q era Bolero) alguém lembra? Cleonice Menezes.

Eduardo Menezes disse...

Justamente, Lula Bolero (pronicia-se "Bolêro"). Pelo que me consta, esse apelido era porque ele fazia bolo pra vender... Era isso mesmo?

Luiz Orleans disse...

Lula "Bolêro", o bolo era meio sem-graça. Mas o cara se destacou como "sombra" em várias gestões de prefeitos. Imagino que era um bom elaborador de textos de cunho cívico. Como nos tempos da 'dita dura' era coisa louvável para destacar o brio de ser brasileiro e amante da pátria, o posto era dos mais destacados. Lula Bolêro se constitui como parte das lendas urbanas da Macondo sertaneja. Quem dele fizer um conto eu pago sem ponto. Do correspondente em Soterópolis, Luiz Orleans

Anônimo disse...

julio oliveira(lula boleiro)era conhecido dessa forma pelo fato de que quando criança a mãe dele fazia
bolo para ele ir vender na porta do cine pedra e outros locais da cidade afim de ajudar no orçamento familiar e criação dos irmãos e irmãs,esse grande cidadão eu tenho o prazer em dizer que era o meu tio.
posteriormente estudou e tornou-se
funcionario da prefeitura por longas datas exercendo cargos de confiança, sem puxa saquismo ou
pelegada.