sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Abrigos Delmirenses



O Fernando Alves Pita nos envia uma imagem do atual Centro de Arte e Cultura de Delmiro Gouveia. Não vou aqui falar da importância do Centro. Para tanto basta dar umas “googladas”, que aparece um monte de atividades interessantes desenvolvidas pelo mesmo. Mas vamos aproveitar sua colaboração e tentar esticar o assunto, que já foi ventilado em posts anteriores.
A linha do blog tem sido mais de buscar o lado prosaico da Macondo Sertaneja. E aí é que dá para a gente se divertir um pouco. Então vamos lá: Este prédio originalmente foi o terceiro abrigo da cidade. Antes dele já existiam, e ainda existem, os de Mané Bispo e de Ciço Gobeu. Mas, Abrigo? Por que esta palavra? Vejamos sucintamente o que consta no dicionário:

s. m., do Lat. apricu
lugar protegido, refúgio
resguardo, amparo, protecção;
refúgio;
guarida;
porto;
baía;
enseada.

Abrigo em Delmiro Gouveia é o local onde se vende bebidas, lanches e cigarros, entre outros tantos brebotes. Também é point onde se reúnem um bocado de cabras a discutirem sobre tudo: futebol, política, vida alheia principalmente, religião, beleza feminina...e por aí vai. O que não falta é assunto. Enfim é bastante parecido com aquilo que em outras cidades, Curitiba por exemplo, chama-se de Boca Maldita. Também é um local onde entre um papo furado e outro existe uma boa possibilidade de fechar alguns negócio de compra, venda e troca.

Dos meus tempos delmirenses lembro que os dois abrigos existentes tinham suas semelhanças e também nuances diferentes. O Abrigo do Mané Bispo além das atividades antes mencionadas também funcionava como uma espécie de rodoviária informal, pois dali saiam as rurais (que faziam concorrência ao ônibus do Zé Balbino) para Paulo Afonso, e ficavam estacionadas ali perto também as caminhonetes C10 que levavam as pessoas que vinham de outras localidades para a feira delmirense.

Do Abrigo do Ciço Gobeu lembro do meu pai papeando com outros aposentados debaixo da sombra de uma enorme árvore que ficava em sua frente. E minha memória gustativa ainda consegue lembrar dos famosos doces de leite vendidos em copinhos tapados com um papel branco. Alguém lembra do velho barbudo que os fabricava?

Mas voltando à imagem original do terceiro abrigo e colocando as indagações de praxe para movimentar os comentários :

Quem foi o seu primeiro dono? Seria alguém chamado Valdomiro ou Valmir?
Sua arquitetura sempre foi esta?
O que ele tinha de diferencial em relação aos outros?

Afinal você tem alguma história interessante que tenha acontecido nos abrigos delmirenses? Então deixa seu relato por aqui.

Creio que neste tópico a Cleonice Menezes e o Luiz Orleans poderão palear muito mais. Afinal eles foram contemporrâneos do terceiro abrigo.

Agora é com vocês.

18 comentários:

Paulo da Cruz disse...

Confesso que inicialmente fiquei sem identificar onde está localizado esse prédio. Só com a ajuda de minha irmã é que me situei. Apesar de estar bem localizado eu tenho ainda a sensação, que tive no passado quando ele foi construído, de que ele ocupou um espaço que deveria ter ficado vago. No entanto creio que a maioria das pessoas pensa de forma diferente. As minhas razões tem mais a ver com as lembranças do passado quando aquele local era um espaço vazio, junto a dois pés de baraúna, permitindo que as pessoas se deliciassem com a visão da vila operária e ao longe da serra de Água Branca. Por falar em Água Branca creio que esse prédio foi construído por alguém oriundo de lá. Mudando de assunto e passando a falar em cultura a minha curiosidade agora ficou avivada. Que eventos culturais acontecem nesse local?

Anônimo disse...

Paulo, evento cultural eu não vi lá, quando entrei no comecinho deste ano. O que vi foi artesanato. Talvez de tempos em tempos, ocorra algum encontro, sei lá...Rsss. Quanto ao espaço vazio que vocÊ cita, eu não tenho lembrança, pois desde que me entendo por gente, havia uma lanchonete e o prédio era bem mais baixo, acho que tinha só o térreo. Alguém se lembra de quando construiram os demais andares? A coisa mais polêmica, já comentada antes em outro Blog, foi a destruição da praça que ficava atrás do prédio (considerando a frente dele como na foto).

César Tavares disse...

Paulo e André. O Centro de Cultura faz parte da Fundação Delmiro Gouveia. Para maiores informações vide endereço http://www.fundeg-al.com.br

Agora concordo com os dois quanto a visão que se tinha antes.
abraços

Luiz Orleans disse...

O proprietário do dito "Abrigo" era, ou ainda é, o Sr. Valmir. Não sei a sua origem, figura pacata e bem atenciosa, pessoa bem reservada. De fato, Paulo, o abrigo sempre deu uma impressão de "estar sem estar". A paisagem que compunha a extinta Praça Vicente de menezes (Pça do Jardim) o ofuscava. No meu tempo de adolescente e vagabundagem, não fazia as vezes de lugar badalado. Geralmente era frequentado por pessoas que passavam por lá em direção a outros municípios. Então, eis um "Abrigo"; as pessoas aproveitavam o espaço para aguardar a hora da partida.
Quanto às questões da cultura, estou muito desatualizado, aguardando novidades sobre o assunto. Do correspondente em Soterópolis, Luiz Orleans.

Anônimo disse...

Caros amigos tenho quase certeza que este prédio foi construido por NELSON LIBERATO, pai de Nelsinho e bogge, que moravam na rua do correio e o período tenho tambem, como quase certo que foi entre 1978 e 1980. Adailton

Paulo da Cruz disse...

Segundo Ângela, minha irmã, ó prédio foi construído por um genro de Perna Santa. Creio que os Perna Santa moravam na rua do correio (em minúsculas porque a rua deve ter outro nome, o oficial. Na Rua da Independência morava o Sr. João Liberato que me parece era pai de uma pessoa chamada Nelson. Será a mesma pessoa?

César Tavares disse...

As informações vão se concatenando. Provavelmente ele foi erguido na data mencionada pelo Adaiton. O genro do Antonio "Perna Santa" é o Valmir(Ou Valdomiro) não lembro mais do nome exato parece-me que foi o segundo dono. Comprou logo após a construção e deu logo uma ampliada. Ele é(era) casado com Maria do Carmo(irmão do Fernando que trabalha(va) nos correios e do hoje Frei Hélio. Valmir(ou Valdomiro) tinha um irmão por nome Mi(Guel) que por sua vez era tio do Carlinhos "Futrica". Eis aí uma genealogia puxada da mente. Não sei se tá certo. Quem poderia dar uma contribuição na árvore seria o Ailton Moreira(S.Paulo).

César Tavares disse...

Em tempo: Paulo a rua dos correios tem por nome: José Bonifácio.

Anônimo disse...

Lendo o cabeçalho do post, veio de imediato a lembrança do apito da fábrica no fim de tarde e aquele mundo de gente indo p/casa depois de um dia de labuta na AGRO FABRIL. As pessoas saiam apressadas. Umas para aproveitar o restinho do dia, outras p/ chegar logo em casa e se aprontarem p/ a jornada noturna que era o GVM, ou Paulo Afonso naquelas caminhonetes já tão comentadas por aqui. Alguns, como eu, tinha já programado, aquela paradinha no abrigo do Ciço Gobeu p/fazer aquele lanchinho - diga-se comer aquele docinho de leite no copo de vidro lacrado com papel ofício (acho que não existia chamex naquela época) O doce era bom demais. ninguem sabia quem fazia, onde era feito, qual a mágica de tanto sabor etc. etc. depois de vir morar em Maceió é que soube que era um velho barbudo de unhas grandes (tipo Zé do caixão) pele escamada e com uma coceirinha meio sarna-meio pulga e cujos tachos eram lavados de vez em quando. Não sei se tem verdade nessa história. só sei que me contaram assim.

César Tavares disse...

Danubio acho que o sabor do doce vinha justamente da junção de todas estas caracteristicas do mago-misterioso-doceiro. Eu geralmente comia o doce nas saídas do Cine Real. Por vezes era necessário se fazer uma reserva antes antes da sessão. Pois corria-se o risco de acabar antes. Ou seja: o doce tinha bastante fãs/degustadores/consumidores. (risos)

Eduardo Menezes disse...

Mandei um email para Thalles, filho do Valmir, pedindo para deixer aqui algumas informaçôes sobre esse prédio.

Anônimo disse...

Caros colegas: Para acabar com o enigma do doceiro, ninguem melhor do que o andré para descrever o velho misterioso, uma vez que o mesmo morava num quartinho que ficava nos fundos do bar de seu avô (Zé Inácio), realmente o velho tinha as características descritas pelo Danúbio, e digo mais a última vez que que comi aquele doce genuinamente delmirense, foi um dia antes de vê-lo fazendo, naquele quartinho úmido sem higiene nenhuma e um caldeirão que parecia mais aqueles tachos de fazer rapadura, preto não pela marca do carvão, mas sim pela falta de higiene mesmo. Mas que o doce era gostoso não tenham dúvidas. ADAILTON

Paulo da Cruz disse...

Será que se o doce fosse feito em outro local, atendendo a todos os requisitos da higiene, teria o mesmo sabor? Rs. A resposta dá uma tese acadêmica. Rs. Eu não lembro de ter saboreado o tal doce, mas lembro ter visto o mesmo nas prateleiras do abrigo do Ciço Gobeu. Em tempo: parece-me que o abrigo era um bico que o Ciço Gobeu fazia. Sua atividade principal era exercida na fábrica, creio que como vigia. Alguém confirma?

Eduardo Menezes disse...

César, você clareou as fotos que mandei? A de 1973 ficou muito estranha...

Anônimo disse...

César, a árvore genealógica está correta. O Valmir é ou foi genro do seu Antonio Perna Santa, é irmão do Miguel e é tio do Carlinhos (futrica). Sei que ele foi dono desse abrigo, não sei em que época nem por quanto tempo. Um abraço.

Anônimo disse...

Ô gente que nojo.Porque descobriram o segredo do doce de leite?????era tão bom viver com a ilusão que era uma vovozinha cheirosa, de unhas cortadas q fazia tudo com carinho! Oh, gente desagradavel.....Cleonice Menezes.

Anônimo disse...

Adailton lembrar tambem que o velinho rabugento que fazia os doces de leite, alem de ser no quartinho imundo,o mesmo ficava ao lado da privada que só era limpa a cada semana.
era ou não.
caçula.

Anônimo disse...

Verdade caçula, um quartinho de 3mX3m que era usado como: Dormitório,Cozinha e Banheiro.Mas que ninguem resistia o doce nas prateleiras era verdade, jamais alguem conseguiu substituí-lo.
Adailton