A QUEROZINA
Texto postado originalmente na primeira versão do blog em
01/dezembro/2004
Nos anos 70 na cidade de Delmiro Gouveia tinha apenas uma banca de revista. E
assim mesmo era uma banca improvisada. Ficava dentro da Loja Querozina de
propriedade do Sr. Adão Queiroz.
Na realidade a Querozina era uma loja de bebidas. Principalmente bebidas de
fabricação própria. Eram elaboradas em grandes tachos de madeira. Isto era
feito nos fundos da loja, dando ali para o Beco do Progresso. O cheiro de
jurubeba queimada que levantava, quando ferviam aquelas misturas era
insuportável. A cajuína, uma espécie de refrigerante local, era palatável.
A banca de revistas resumia-se a um mostruário com alguns exemplares. Não era
uma banca sortida. Não havia tantos leitores assim na cidade. Ou os que tinham
um poder aquisitivo maior, eram assinantes. As revistas geralmente chegavam com
certo atraso. Já que eram trazidas de Paulo Afonso. Lembro bem que a Revista
Veja chegava para os assinantes na segunda-feira. E na banca na quinta-feira.
O Balconista da Querozina era um rapaz chamado Cícero. Era um cara bem legal. E
costumava guardar o meu exemplar. E como eu era um cliente habitual. Ele ainda
deixava-me folhear outras revistas, ali mesmo no balcão
Foi neste pequeno espaço que comecei aguçar um pouco a minha juvenil curiosidade
por leitura. E isto era feito geralmente comprando a Revista Manchete. Eu
achava o máximo àquelas fotos imensas e pouco texto. Durante uns três anos eu
comprei todas Manchetes. Quando saí de DG, minha mãe se desfez de todas.
Hoje em dia ao passar em alguns sebos recifenses, por vezes, revejo alguns dos
exemplares que um dia eu também tive. Como este aí da foto abaixo: Eleição do
Papa João Paulo. Um curto papado. 33 dias apenas. Dá uma imensa saudade.
E aí quais as suas primeiras leituras delmirenses? Conte por aqui.
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