segunda-feira, 27 de agosto de 2018

DELMIRO GOUVEIA- biografia de um pioneiro ( Livro William Edmundson)


Uma nova publicação sobre o pioneiro. Desta vez é um trabalho do historiador inglês William Edmundson). Abaixo transcrevo email recebido e sinopse do livro)


Prezado César Tavares,

Sou historiador, inglês, e moro em João Pessoa. Minha biografia de Delmiro Gouveia acaba de ser publicada neste mês pela Editora Ideia aqui em João Pessoa.

Esta biografia é fruto de um ano intenso de leituras, investigações, pesquisas em acervos digitais no Brasil e na Grã-Bretanha, incluindo horas na biblioteca da Fundação Joaquim Nabuco no Recife.

Também, fiz uma visita em janeiro para Paulo Afonso, onde (com permissão especial da CHESF) desci as escadas para conhecer a casa de turbinas da Usina Angiquinho, e para Delmiro Gouveia-AL para conhecer a Estação Ferroviária da Pedra, a famosa Fábrica da Pedra, e vestígios da Vila dos Operários.


Como é bem sabido, a história da CHESF remonta a este pioneiro.  
Atenciosamente

William

DELMIRO GOUVEIA- biografia de um pioneiro



Esta biografia trata de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, um verdadeiro pioneiro, conhecido como ‘o Mauá do Nordeste’, ‘o Pioneiro de Paulo Afonso’, ‘o Civilizador de Terras’, ‘o Modernizador dos Sertões’, ‘o coronel dos coronéis’ e ‘o Rei das Pelles’. Tantos elogios, e tantas críticas, e tantos mitos, em vida e até os dias de hoje, para quem teve um começo de vida nada auspicioso — ficou órfão do pai aos quatro anos, foi levado do sertão cearense até Pernambuco, para logo ficar órfão novamente, da mãe viúva.

Sem dinheiro, aos quinze anos, Delmiro Gouveia se lançou à própria sorte no Recife trabalhando como bilheteiro em uma empresa de trem urbano. Ainda adolescente, e com pouca educação formal, virou caixeiro-despachante de barcaças, e depois comprador e vendedor de peles e couros com várias firmas que ele fundou. Perdeu tudo.

Mas voltou, e aos trinta e quatro anos ganhou o apelido de ‘O Rei das Pelles’; recebia a nata da sociedade recifense no seu palacete ‘Vila Anunciada; comprou a moderna Usina Beltrão; e logo depois inaugurou o Mercado do Derby, considerado o primeiro ‘shopping center’ do Brasil. Perdeu tudo.

Raptou uma jovem de dezesseis anos, filha de um ex-governador, fugiu para o sertão de Alagoas, onde reconstruiu sua vida comercial, no negócio de peles. Em seguida, ele inaugurou a primeira usina hidrelétrica nas cachoeiras de Paulo Afonso, e construiu uma fábrica de linhas de coser, que enfrentou o monopólio de uma empresa escocesa, com uma vila modelo que ele planejou para seus operários. Era pioneiro, com visão moderna, inclusive construindo mais de 500 quilômetros de rodovias no sertão. Tudo foi truncado quando foi assassinado aos cinquenta e quatro anos; um crime nunca inteiramente esclarecido.

A vida e a obra de Delmiro Gouveia fascinam o autor há vários anos. William Edmundson reuniu uma coleção das biografias que foram publicadas através dos anos, encontradas hoje em sebos. Começou a agrupar, comparar e conferir informações que às vezes são contraditórias ou inconsistentes, e até obscurecidas por mito e lenda. Sempre procurou sustento nas fontes primárias, revisando acervos digitais de jornais e documentos no Brasil, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. O autor também pesquisou as coleções tratando de Delmiro Gouveia da Fundação Joaquim Nabuco no Recife. Além disso, ele visitou a cidade de Delmiro Gouveia (ex-Pedra) para conhecer os muitos vestígios desta história que ainda permanecem, e até desceu as escadas da Usina Angiquinho para conhecer a casa de turbinas original de Delmiro Gouveia, construída em 1913

Editora Ideia, João Pessoa. R$50, incluindo frete para qualquer endereço no Brasil http://www.ideiaeditora.com.br/loja/biografia/delmiro-gouveia-biografia-de-um-pioneiro-william-edmundson/

PS: Lista de outras publicações do mesmo autor.

Delmiro Gouveia: biografia de um pioneiro.  Editora  Ideia. Agosto de 2018.

A history of whaling in Brazil. Pequena Publ., Inglaterra, março 2017. Ian Hart & William Edmundson.

The Great Western of Brazil Railway: A history. Mainline & Maritime, Inglaterra, novembro 2016.
A Gretoeste: A história da rede ferroviária Great Western of Brazil. Edit. Ideia, abril 2016.
A história da caça de baleias no Brasil. Editora DISAL. William Edmundson & Ian Hart, outubro 2014.
A history of the British presence in Chile . Palgrave-Macmillan. Hardback, novembro 2009. Paperback, outubro 2011. 
The Nitrate King: a biography of 'Colonel' John Thomas North.  Palgrave-Macmillan. Hardback, abril 2011. Kindle amazon.co 2012.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Futebol Delmirense: Grandes Craques e Times do Passado.


Aproveitando o final da Copa do Mundo 2018 e considerando também que esta semana recomeçou  o campeonato brasileiro,  aproveito o ensejo e resgato mais um texto postado nos blogs Amigos de Delmiro.
Sendo que agora trazemos um acervo de imagens garimpadas pelo nosso colaborador Everaldo Feitoza.  Algumas  fotos publicadas já  em diversas postagens. No entanto há o mesmo fio condutor: Futebol Delmirense.
Propositalmente não identifico os times e nem os jogadores. O desafio é para que os leitores(parcos) façam isto nos comentários.

O texto em forma de poesia abaixo foi enviado pelo Edmo Cavalcante((Maceió)


Texto postado originalmente em 16/06/2005

Hoje tem futebol no campo do Agro
É Barbosa e Palmeirinha que vão jogar
Hoje vai muita gente lá para torcer
Virgílio Gonçalves já anuncio no PRPC
Hoje é domingo e tem Barbosa e Palmeirinha pra variar
Dr.Luiz já está pra lá e pra cá com bandeira do Barbosa no carro
Seu Virgílio dos Correios já falou que de qualquer jeito vai ver o seu
Palmeirinha ganhar

Sacol com certeza hoje vai apostar
Bico Fino, Bado, Tonho de Eusébio, João Carlos e Gilmar
Os eternos craques vão fazer suas jogadas e o público vai hoje o campo fica lotado
Capaz até de D.Percília invadir o gramado
Tem Barbosa e Palmeirinha hoje
Em todo sertão o clássico mais respeitado.



Para quem não viveu na Macondo Sertaneja naqueles anos é necessário uma espécie de glossário para esclarecer quem são as pessoas e lugares citados no texto poético do nosso colaborador. Vamos ao que interessa então:

O Edmo faz reminiscências ao tempo em que o futebol era uma das poucas coisas que havia para se assistir nas ensolaradas e quentes tardes de domingos delmirenses.

Palmeirinha um dos times mais antigos da cidade. Tinha este em nome em homenagem ao Palmeiras de São Paulo. E os seus uniformes eram idênticos. Hoje o bairro leva o seu nome.

Barbosa - Era o time de futebol da Rua Rui Barbosa. Seu uniforme era semelhante ao Fluminense do Rio de Janeiro. Numa referência ao Fluminense do RJ, que naquela época tinha um time espetacular, os torcedores do Barbosa só para torrar a paciência do turma do Palmeirinha dizia que o seu time era a MÁQUINA QUENTE, que era como a imprensa esportiva chamava o time carioca.

Campo do Agro: Campo pertencente à fábrica de tecidos da cidade.

Virgílio Gonçalves: Ainda vivo. Locutor do PRPC- Ponto Regional de Propagandas Comerciais. Era o serviço ainda existente de alto-falantes postados na praça principal da cidade. Coisa bem interiorana mesmo.

Dr. Luiz Torres: Já falecido. Dentista. E um dos patrocinadores e mais fanático torcedor do Barbosa. Morava em frente aos correios. E daí partia provocações e gozações para cima do

Seu Virgílio dos Correios: Este torcedor e incentivador do Palmeirinha. Mas o seu time profissional do coração era o Vasco do Rio de Janeiro. Mudou-se após alguns anos para Palmeira dos Índios(AL). Aposentou-se. E faleceu há poucos anos atrás. Nas imediações dos Correios era o local preferido para as grandes discussões futebolísticas da cidade.

Sacol: Creio que ninguém sabia qual era o seu nome verdadeiro. O apelido surgiu porque ele tinha sido funcionário de uma empresa que tinha este nome SACOL. Esta empresa participava de alguns serviços na hidroelétrica de Paulo Afonso. O Sacol era moreno extremamente magro e alto. Passava os dias a jogar bilhar. E era um apostador nato. Apostava em qualquer coisa. Vivia disto. Poderia certamente figurar como um personagem de Charles Bokowski.(para quem gosta de literatura beat sabe do que falo)

D.Percília: Era a dona do puteiro mais famoso da cidade. E vez por outra em momentos de comemoração de algum gol, ela adentrava em campo para abraçar os jogadores. Notadamente o maior craque: Bado.
Bado: Grande jogador. Tornou-se profissional já com idade adiantada. Jogou pelo ASA(Arapiraca),tinha a fama de ser um sujeito beneficiado pela natureza: Ou seja o cara era bem avantajado.(NB: esta informação nunca tive o menor interesse em comprovar.(risos). Aqui é apenas o registro histórico de um boato daqueles tempos. Ele foi o primeiro jogador delmirense a ser posteriormente contratado por um time profissional.

Bico Fino, Bado, Tonho de Eusébio, João Carlos e Gilmar eram os grandes craques da cidade.

Eu particularmente morria de amores pelo Palmeirinha. Morava vizinho a sua sede. E para meu desespero o time costumava perder as finais disputadas com o Barbosa. Hoje curto futebol apenas de forma bissexta. Somente Copa do Mundo.

E aí você lembrava disto tudo? E na sua cidade tinha algum clássico deste naipe? E será que você conheceu alguém com os dotes do Bado? E a Percília? E do Sacol você lembrava? Bem todos eles faziam parte do mundo underground delmirense. Os outros citados eram comportados pais de família.

Agora deixe o seu recado. E fica o desafio será que olhando para as fotografias acima você consegue identificar alguns dos craques? Olha que há desde times com infantes até barbados. Há alguma história sobre ele? Então conta por aqui. Socializa o conhecimento.