quarta-feira, 15 de julho de 2020

Entre memórias e esquecimentos: participações dos/as jovens no Festival da Canção do sertão de Alagoas (1970 - 1990)

Eis aí o nosso blog sendo mais uma vez citado nas referências bibliográficas de um trabalho acadêmico.

 Na edição da Revista Crítica Histórica (v.11  n. 21 2020 UFAL), foi publicado artigo da  delmirense Isabel Cristina Oliveira da Silva em conjunto com Ana Maria Freitas Teixeira e Rosemeire Reis.


A Isabel Cristina (pedagoga e doutoranda em Educação), é filha de Maria das Graças e neta do famoso Seu Manoel dos Quadros que morava ali na rua Freitas Cavalcante.

 

O artigo em sua  íntegra poderá ser lido/baixado no link https://www.seer.ufal.br/index.php/criticahistorica/article/view/9457/pdf

 

Resumo:

Entre memórias e esquecimentos: participações dos/as jovens no Festival da Canção do sertão de Alagoas (1970-1990) 1

 

No tempo dos festivais de música pelo Brasil, proliferados entre os anos de 1960 e 1970, os/as jovens de Delmiro Gouveia/sertão de Alagoas organizaram na respectiva cidade o Festival da Canção. Este foi iniciado em 1970 e perdurou até 1990 como espaço máximo de socialização e expressão artística juvenil. Assentado na pesquisa documental e nos princípios da história oral, o presente artigo analisou memórias de dois sujeitos que participaram do Festival da Canção em suas juventudes.  Por meio das análises foi possível considerar que os/as jovens conviviam sob forte tensão entre a normatização imposta e seus modos de ser jovem. Pela música corporificavam tensões, a exemplo da miséria social ou das responsabilidades adultas que tão cedo pairavam o universo juvenil. Também, sinalizaram suas insatisfações quanto às poucas menções feitas ao festival na história oficial da cidade.

 

No artigo pinçamos trecho onde é relembrado uma figura mitológica no cenário cultural delmirense:  Ronaldo Macarrão

O grande nome do rock no sertão de Alagoas fora Ronaldo Macarrão, conhecido como “maluco beleza” ou “Roni Seixas” por sua admiração a Raul Seixas (TAVARES, 2010). Sua devoção ao artista, como também nos conta o radialista delmiresene Giuliano Ribeiro, numa matéria de 20 de março de 2012, publicada no Portal de Notícias Guiliano Ribeiro5 , era tão profunda que o mesmo celebrava uma missa no aniversário de morte de Raul Seixas, distribuindo bebida e churrasco entre os conhecidos. Infelizmente, no ano de 2012, Ronaldo Macarrão faleceu, nos impossibilitando de ouvi-lo sobre as lembranças de sua juventude artística”.



 

Quais lembranças você tem dos Festivais da Canção em Delmiro Gouveia?

 

Agora é com vocês.

 

 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Geografia Delmirense ou Como era o Centro Comercial da “Macondo Sertaneja” nos anos 60.


Resgatamos hoje texto postado originalmente em 21 de março de 2006, quando o blog ainda estava em sua segunda versão. 


Nestes tempos onde podemos ver praticamente qualquer parte do globo terrestre através das imagens via satélite do Google Earth, eis que o nosso colaborador Prof. Paulo da Cruz, usando de sua fabulosa memória nos traz um Layout (planta baixa) do centro de Delmiro Gouveia nos anos 60. E melhor ainda com legendas explicativas. Agora é só matar as saudades da velha guarda delmirense ou tornar conhecido para as novas gerações o pequeno espaço geográfico onde seus avós,pais, tios...se divertiam e sonhavam com um mundo melhor.

Vamos ao texto do Paulo.


GEOGRAFIA DELMIRENSE OU COMO ERA NOS ANOS 60


Centro Comercial de Delmiro Gouveia nos anos 60. Arte: Paulo da Cruz.


Legendas:


1. Açougue Municipal

2. Beco das 7 facadas
3. Estúdio do PRPC
4. Prefeitura Municipal, ou seria o Bar de Maninho?
5. Ateliê* de Lula Braga/Dormitório do Hotel de D. Das Graças (1º andar)
6. Casa de José Balbino (aqui se compravam as passagens para ir até Paulo Afonso)
7. Padaria
8. Tamarineira
9. Escolinha de Dona Maria Pinto
10. Dancing de Zé Lopes
11. Escolinha de Dona Maria Damasceno
12. Bodega de Seu Zé Leite
13. Baixo Meretrício


* Funcionou também aí, concomitantemente com o ateliê, uma venda de comestíveis e bebidas.
Obs.: Atentar para a linha de ferro e as duas balaustradas.

As casas ainda estão lá, embora com outra aparência e seus donos ou moradores já são outros. Não poderia ser diferente, já se vão mais de trinta anos. Os contadores de histórias, sobre fatos que aconteceram nesses espaços, a época eram crianças e hoje são quarentões ou cinqüentões, alguns até já são avós.

O açougue municipal virou a Câmara de Vereadores, a prefeitura mudou de prédio, o estúdio do PRPC (um anacronismo delmirense) não sei onde fica, Lula Braga é apenas uma lembrança para os mais velhos, as professoras Maria Pinto e Maria Damasceno estão ministrando aulas em outras paragens, as balaustradas foram derrubadas, a linha de ferro arrancada, enfim, muita coisa mudou menos o Beco das 7 Facadas. Ele continua lá, intacto a desafiar a modernidade. Se ele falasse, quantas histórias não teria para contar. Histórias inocentes, escabrosas, comprometedoras, e por aí vai. Mas como ele não fala, cabe aos observadores dos fatos, relatá-las, quando forem publicáveis.

Agora é com vocês. Que trelas aprontaram por aí? Faltou algum detalhe que fugiu a memória privilegiada do Paulo?

Qual? Acrescente. Manda também a sua contribuição. Enfim comentem. E se por acaso a memória falhar pode mentir um pouco que ninguém se importará mesmo. Vale tudo.