quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Delmiro Gouveia: Hotéis do pioneiro até as nossas lembranças macondianas.

O Paurílio nos traz mais uma contribuição falando sobre os empreendimentos do pioneiro Delmiro Gouveia, quando residente em Recife nos idos do século XIX. Vamos ao email do nosso colaborador e logo em seguida eu “colo” dois textos coletados em pesquisa na net.

Caro César,

Na matéria anteriormente postada, falamos rapidamente sobre o hotel que Delmiro construiu na área do mercado do Derby e também sobre a fábrica de refinação de açúcar. Segundo o escritor Nilson Lage, essa refinação era a maior da América do Sul e foi arrematada num leilão por Delmiro.
Estão aí fotos que já são conhecidas de alguns blogueiros por constarem em livros e revistas, mas outros talvez não as conheçam: do hotel e da fábrica de açúcar que ainda está erguida, destacadamente, no bairro de Santo Amaro (Recife) com o nome de fábrica da Tacaruna. - São fotos da época áurea do nosso pioneiro.

Um moço que veio do nada - foi tipógrafo, caixeiro, empregado de estrada de ferro e de barcaça, mascate - que aos poucos foi galgando a fama, muito esperto, tornando-se hábil nos negócios e no comércio de peles, logo se tornou rico. Além dos problemas sobre os quais já comentamos no post anterior, a ruína de Delmiro na cidade do Recife deveu-se, também, à inveja de muitos por causa da sua vida de luxo e de riqueza.

Paurílio

Textos “colados”

Hotel Internacional
No local onde hoje se encontra o Memorial da Medicina de Pernambuco (antiga Faculdade de Medicina do Recife), no final do século XIX existia o edifício onde funcionava o Hotel Internacional de propriedade de um dos maiores empreendedores em Pernambuco, o empresário Delmiro Gouveia.

Havia também na época o Hotel de Apipucos, localizado em um casarão que pertenceu depois a Delmiro Gouveia - a Vila Anunciada e onde hoje funciona a Unidade Central da Diretoria de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco.

Então o Coronel Delmiro foi proprietário de dois hotéis em Recife? Não fui além na pesquisa e por isto não sei dizer se isto ocorreu de forma simultânea ou não.

Pois é, quase todo santo dia eu passo em frente ao Memorial de Medicina que fica ao lado do quartel do Derby e que já falamos no primeiro post deste blog.

E agora que tal além de falarmos sobre a saga do empreendedor também rememorarmos sobre os hotéis da nossa Macondo? O tema já foi objeto de comentários nos blogs anteriores. Mas não custa nada o trazer à baila novamente.

Lembro-me que 1975, algumas vezes nossa equipe do GVM (Edson Borracha, Danúbio Oliveira, Patricia “Pedrão” , Simone Souza, Edmo Cavalcante e Santina Oliveira) ia fazer trabalhos escolares nas mesas de jantar do Hotel de D. Das Graças. Isto acontecia porque a Rosane, sua neta e que fazia parte da equipe, nos convidava. O hotel ficava ali na rua 13 maio quase vizinho ao bar do Lula Braga. O rendimento de tais trabalhos não era lá grandes coisas. Afinal nós ainda éramos pré-adolescentes. Então era muita conversa e pouco serviço. Mas que atire a primeira pedra quem nunca fez isto.

Bem, agora é com vocês.

24 comentários:

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

O Delmiro Gouveia, sim, representa o verdadeiro espírito nordestino. Tragetória bonita a dele, não é? Quanto ao Lampião...

Meu comentário, no post anterior, sobre o Coronel Delmiro Gouveia (a respeito do QI Emocional baixo), muitos devem ter considerado ofensivo ao Coronel. Mas não foi essa minha intenção. Eu gosto de tirar um sarrinho das situações. Além do mais tenho um lado meio Diogo Mainardi e gosto de ser "do contra". Quando ao Lampião, eu o desanco, mesmo!!! Acho uma vergonha o culto a qualquer bandido.
Quem achar ruim, paciência, fazer o que? Não posso me calar.
Sei que a maior parte, dos que aqui escrevem, concorda comigo, mas fica com receio ferir os sentimentos de alguns admiradores do cangaceiro.
Se todos forem sinceros, esse culto a Lampião tenderá a desaparecer.
Tem como comparar a tragetória e realizações do Lampião com o tragetória e realizações do Delmiro Gouveia?
Sei de algumas façanhas do Lampião: Além de assassinatos e assaltos, dizem que ele tinha a mania de organizar festas onde as pessoas eram obrigadas a dançar, nuas, com um dedo indicador introduzido na boca e o outro dedo indicador introduzido no ânus (o popular cú). A cada passo de dança, os participantes tinham que fazer o revezamento dos dedos. rs... engraçado, né??? Engraçado porque não eram vocês que estavam na dança!!!

Anônimo disse...

Eu considero Ricardão um cara autêntico e não creio que com suas tiradas meio jocosas tente atingir ou ferir quem quer que seja. Em outra ocasião foi dito que nosso blog é eclético e democrático. Então, de tudo se diz aqui, todos têm oportunidade de se expressar, mantendo o devido respeito às opiniões expostas. - César que o diga: aqui é um lugar para encontros.

Anônimo disse...

Companheiros bloguistas, me enrolei e meu nome não saiu após o comentário sobre o Ricardão - PAURÍLIO.

Anônimo disse...

Eu, sou a Cleonice e concordo com vc Ricardo.Não acho q Lampião seja alguém para admirar. e quero dizer q sou fã do seu humor negro e sarcástico o q parece ser de familia já q Seu Zito e Eduardo são iguais a vc. abraços, Cléo.

Anônimo disse...

César, talvez o hotel de Apipucos não tenha pertencido a Delmiro. E sim, que ele tenha comprado o antigo estabelecimento e transformado num palacete que denominou de Vila Anunciada, em homenagem à sua primeira esposa, Anunciada.

Anônimo disse...

Nascí em Olho D'agua do Casado e lá morei até os 07 anos num pé de serra que pertencia a minha avó Maria José de Oliveira. Ela gostava de contar e eu mais ainda de ouvir aqueles causos das façanhas de lampião e seu bando. Ficava imaginando aquele "Inferno de Dante" Dançar pelado, Corte de orelhas, extirpação de unhas, incendios em casas com famílias dentro e eu perguntava como era possível acontecer tudo aquilo sem que se fizesse nada p/impedir. A resposta era a de sempre: Eles eram malvados com quem não os ajudava financeiramente e/ou dava cobertura às estripulias. Já havia se passado muitos anos do aniquilamento do cangaço mas a lenda, os fatos eram muito presentes naquele mundo perdido acionado a rádio de pilha e querosene. As informações que me chegavam me davam a terrível impressão de monstros sanguinários sedentos por destruição. Minha avó sendo prima de Maria Bonita e onze anos mais velha tendo bastante contato com ela antes de se juntar ao bando não gostava que se comentasse a respeito do parentesco temendo o constrangimento de ser apontada como Parente de cangaceiros. Pois "Maria Gomes de Oliveira" passou a ser temida e odiada pela família, Seu gesto ousado de ser livre antes de lhe tirar a vida lhe custou segregação.

DANUBIO DE OLIVEIRA

Anônimo disse...

"colando email recebido de Socorro"
Cesar, Boa Tarde.

Sou delmirense com muito orgulho, sempre vejo o site, me emociono bastante. Amei a foto da rua do Progresso, nasci no Hotel Central, sou filha de d.Luiza, a dona do hotel que Paulo se referiu,meu nome é Socorro, mas, todos me conhecem como Côca de D.Luiza , Inclusive sai nas fotos que Paulo Cruz te enviou, da turma da 4ªserie de ginasio, onde ele estava, Luiz de Davizinho, minha irmã Conceição, que foi professora em Delmiro. Parabéns pela sua iniciativa. Eu tenho algumas fotos e vou te enviar para serem publicadas.

Abraços Socorro.

Anônimo disse...
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Paulo da Cruz disse...

É bom ver que novos visitantes estão chegando. Côca, seja bem-vinda. Observei também que alguma coisa foi excluída do blog. Sabendo que César permite as maios variadas opiniões fico a imaginar o que foi que escreveram. Bem, deixa prá lá. Falando sobre Delmiro, o fundador, hoje tive uma surpresa. Imaginava que o mesmo fosse bem conhecido pelos universitários. Qual não foi a minha surpresa, hoje, quando me referi ao grande empreendedor, em uma aula de empreendedorismo, descobri que a maioria do meus alunos desconhecia que era ele e pude ver como ficaram maravilhados quando descrevi as suas ações em nossa Macondo. Como todfa ação tem uma reação vou passar como tarefa escolar a leitura do livro de Tadeu Rocha, na minha opinião e melhor biografia que já se escreveu sobre DG.

Anônimo disse...

Paulo, isso é uma verdade, a falta de conhecimento pelo menos do nome de Delmiro Gouveia. Não me lembro de ter lido nunca nos livros escolares sobre os feitos dele. Eu lhe pergunto, é possível que vc tenha conhecimento, sobre um tal "Prêmio Delmiro Gouveia" que é dado a empresas que se destacam (em quê) e parece-me que só concorrem empresas cearenses. Vc saberia algo mais?

Anônimo disse...

César, sobre os hotéis da nossa terra, lembro-me mesmo do que vc citou, na 13 de Maio (ainda existe?) que se não me engano foi dito neste blog em outra ocasião que pertencia à família de Lula Braga. Era bem antigo. Nele se hospedaram engenheiros que iniciaram a construção da CHESF em Paulo Afonso. Podemos incluir a pensão que funcionou no casarão de Luiz Xavier, não sei se ele mesmo era o proprietário; e lembro-me também da pensão de dona São Pedro que ficava vizinha à bodega do esposo dela, João Inácio.

Paulo da Cruz disse...

Paurílio, o Prêmio Delmiro Gouveia é dado apenas para empresas cearenses. É uma promoção conjunta do jornal O Povo, da Bovespa, da APIMEC-NE e do IBEF Ceará, com apoio do Conselho Regional de Contabilidade, seção do Ceará. O Hotel Paulo Afonso ainda existe e hoje, creio eu, é administrado por Paulinho, filho de Lula Braga, que também toca o famoso bar que pertenceu a seu pai. O Delmirópolis Hotel, que funcionava na casa onde posteriormente residiu Luiz Xavier e família, era de José Correia de Figueiredo (Zezé Correia), genro do Cel. Ulisses e também proprietário do sítio Cordeiro, um verdadeiro oásis no meio da caatinga graças a água encanada que era fornecida pela tubulação que vinha de Angiquinho passando por lá, rumo à Pedra, onde abastecia a fábrica e as casas da vila operária. A pensão de dona São Pedro (Sompedo, na corruptela delmirense) posteriormente foi explorada por D. Maria Mata Grande (não é isso Abrahão?) e hoje só permanece na nossa memória de velhos delmirenses.

Anônimo disse...

Paulo não precisa se preocupar. Não houve censura não. Apenas fiz um teste com o sistema de comentários. Coloquei o texto "testando" e depois o retirei. Tb ainda me "ambientando" com o novo sistema.

Anônimo disse...

Quando Delmiro estava despontando para os negócios com peles, passou um tempo em Pesqueira (interior pernambucano), fazendo dali o centro de suas atividades. Lá adoeceu gravemente e recebeu ajuda de um homem de relevo na cidade, o tabelião público, que o levou para sua própria casa e lhe proporcionou tratamento condigno. Delmiro viria a se casar com Anunciada, a primogênita desse seu amigo. Os negócios prosperaram e ele retorna ao Recife com a esposa, compra e transforma um palacete em Vila Anunciada, como já foi comentado anteriormente. Um dado interessante é que quando ele fez o mercado e o hotel, ambos numa mesma área, de novo construiu ali nas proximidades um outro palacete onde passou a residir e a morada anterior foi adquirida pelo Dr Euclides Malta, ex-governador de Alagoas, um outro grande amigo seu. - Tudo isso nos conta um dos seus biógrafos, Hildebrando Menezes (seria da família de Ricardo Menezes?).

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Paulírio, o Hidebrando Menezes era meu parente. Meu pai (Zito) sempre me falou sobre ele (dizia que o Hidebrando era um gênio).
Lembrei agora de uma história que meu pai me contou, envolvendo o Hidebrando e o Lampião.
O Hidebrando tinha um jornal (ou apenas era colunista) numa cidade do sertão de Pernambuco (não lembro o nome da cidade). Ele escreveu uma matéria, onde metia o pau no Lampião. O cangaceiro, furuioso, mandou um recado ao Hidebrando: Numa deteminada data o bando invadiria a cidade e faria o Hidebrando engolir o jornal. Todos ficaram, apavorados, esperando o dia chegar. Mas os cangaceiros não apareceram. O nome da cidade tá aqui, na ponta da língua, mas não consigo lembrar. Cometi uma fauta grave (comentar sobre esse cangaceiro).

Anônimo disse...

Amigos o ecletismo(?) do nosso blog é algo fantástico. Temos o nosso Diogo Mainardi macondiano, grandes comentaristas e pesquisadores/narradores de fatos históricos, que surpreendem. Assuntos e causos/coisas não faltam para embalar nossos comentários. No tocante aos hoteis da terrinha, vale relembrar o hotel de D. Julia Teresa, irmã de D. Dasgraças, que funcionava onde hoje é uma loja de autopeças de Nildo Lima, na Antiga Rua do Progresso, depois Carlos Lacerda, depois... Havia o Hotel de D. Luiza, de frente ao Grupo Escolar Delmiro Gouveia (GEDG), tendo existido, tb, porem por pouco tempo, um hotel no sobrado de Miguel Gandu, perto da Praça do Cine Real. Mais recentemente tivemos outros hoteis/pousadas, mas que não fizeram história.
Paulo, vc que já retornou 'a lide acadêmica, bem que poderia trabalhar um Premio Delmiro Gouveia para o Estado de Alagoas.Que Tal a ideia?

Anônimo disse...

Ricardo, de fato os Menezes são tradicionais em Delmiro Gouveia. Conheci vários deles, inclusive sua avó - dona Nenê, sua tia Gena que ainda adolescente alfabetizou várias crianças, estando eu no meio dessa meninada.

Paulo da Cruz disse...

Abrahão, eu nunca pensei nisso, um "Premio Delmiro Gouveia", mas, é uma boa idéia. Como a universidade está indo para a nossa Macondo, dizem que o "campus" será no Bom Sossego, poderia se pensar em algo assim. Vou tentar atrair algumas pessoas para essa causa.

Anônimo disse...

Grande Paulo, sempre aberto 'as ideias!!!
Gostaria, tb, de sugeri, antes que um aventureiro lance mão e derrube o Grupo Escolar Delmiro Gouveia, que ele seja tombado e transformado em CASA DA CULTURA, com museu, biblioteca, etc, etc, etc.

Anônimo disse...

Só para descontrair: é prêmio "prá cá" tombamento "prá lá" e o(s)título(s) de "cidadão delmirense" nada de sair(até agora). rs.

Anônimo disse...

César,

Agora ficou mais difícil, pois a briga na câmara parece não ter mais fim, acredito que os vereadores não vão ter tempo de fazer a indicação, muito menos de apreciar e votar, o que é uma pena. Quem sabe na próxima gestão?

Adailton

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Eu, o Diogo Mainardi macondiano? Não gostei desta brincadeira de muito mal gosto. Isto é um desrespeito... não ao Diogo Manardi, mas a mim. Eu diria que o Diogos Mainardi é o Ricardo Menezes da Veja. rs...

Anônimo disse...

Desculpe Ricardo,
a ordem foi invertida. Ele (Diogo Mainardi) é que é o Ricardo Menezes da VEJA. kkkkk
E o título de cidadão honorário do cesar, quem está mais perto providencie urgente.

Luiz Orleans disse...

Olá, senhores e senhoras delmirenses. Há tempos não dou os ares da graça por aqui. Já falaram de Lampião, Delmiro A. C. Gouveia (não seria "Gouvêa", como Corrêa? uma boa pergunta), dos Hotéis - Da. da Graça... brinquei muito com João Baleia, que era dono de bola, uniforme de time, enfim, tinha muitos brinquedos, que eu e Deda dos Pantaleão curtíamos, na nossa pobre infância, mas muito rica de virtudes e amizades. Quanto a Lampião, bem, eu não posso ser tão severo com o cara, seria injusto e anti-pedagógico, já que o "cabra" viveu um tempo que hoje deve ser estudado a fundo as suas contradições. Para mim, nem herói nem bandido, mas um homem que viveu seu tempo, carregado de contradições. Melhor do que ele, em seu tempo e momento histórico, tem o Prestes (Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança), que me arrependo de não ter dado um abraço nessa figura, quando de uma passagem sua por Maceió; mas carregado de contradições, sendo homem decididor e ator/sujeito do seu tempo. Quanto a Côca, eu já fiz um comentário sobre uma amiga dela que conheci no dia da minha Lua-de-mel, em Palmeiras, na chapada Diamantina, Bahia. Eu não lembro o seu nome, mas foi uma garota loira que escandalizou a cidade, não sei o porquê, eu era menino buchudo, nos meus 7 a 9 anos... Só me lembro que era uma farra só daquela turma, em seu momento de juventude e descobertas - que bom! As notícias que tenho de Delmiro não são as melhores em se tratando de novo momento do povo, a cidade é maior e as pessoas menos se conhecem a cada dia. O melhor lugar está escrito aqui, que cuidem de re-ver ou desfrutar do novo, a quem importar. Do correspondente em Salvador, Luiz Orleans