sábado, 18 de junho de 2011

Delmiro Gouveia/ Paulo Afonso. Quem vai? (memórias do Paurílio)

Há poucos dias fizemos uma postagem sobre a vizinha cidade de Paulo Afonso(BA). E hoje complementando o tema a postagem fica por conta do Paurílio.(Recife/PE). E o mesmo nos traz algumas fotos antigas bastante interessantes e onde poderemos comparar o quanto a cidade cresceu.
Vamos ao que interessa.

César,

Paulo Afonso foi a cidade para onde minha família se transferiu (saindo de Delmiro) no início dos anos 50. Era o início das obras da CHESF. Vi a cidade crescer, acompanhei sua modernização, alcancei o "muro da vergonha" - era uma cerca de arame farpado que separava a CHESF da outra parte da cidade que chamávamos de Vila Poti que era a cidade em si. Com o passar do tempo o arame foi substituído por um muro de pedra que com a evolução da cidade deixou de existir. - Ainda desejando colaborar com o blog, encaminho algumas fotos, antigas e modernas (ficando a escolha a seu critério) para que se tenha a ideia de como era Paulo Afonso nos primórdios da sua história.

Obs: Antes de existir a cidade, aquele lugar era chamado de Forquilha.

Paurílio

PS: E ainda de quebra o Paurilio nos remete também o link bastante interessante sobre matéria saída no endereço www.folhasertaneja.com.br onde há uma matéria sobre o casamento do pioneiro Delmiro Gouveia.
http://www.folhasertaneja.com.br/regional.kmf?cod=12023235
Avenida Getúlio Vargas(inicio dos anos 70)

Usina Paulo Afonso IV
Vista de Paulo Afonso 
Usina e cidade

23 comentários:

Paulo da Cruz disse...

Quando residia em DG (décadas de 50 e 60) eu costumava ir um vez ou outra à Paulo Afonso. Meu pai fazia parte do grupo de delmirenses que morava em DG e trabalhava em Paulo Afonso. Após essa época minhas idas a Paulo Afonso passaram a ter interstícios de décadas. Por isso cada vez que por lá vou fico deslumbrado com o crescimento da cidade. Tenho até uma certa dificuldade em deslocar-me por ela. Sou ainda dos tempos do cerca de arame farpado. Na prática eram duas cidades, a da CHESF e a chamada Vila Poti. Não sei bem a razão da existência da cerca mas lembro que as duas urbes tinham características diferentes. A área da CHESF era bastante arborizada. Um fato curioso: cada urbe tinha uma voltagem diferente. Em uma era 110v e na outra 220v. Diziam que era para o pessoal não roubar as lâmpadas da área da CHESF. Creio que era lenda urbana.

Paurílio disse...

Observem a quarta fotografia. Já havia parte da vila operária da CHESF. Pode-se distinguir a cerca, de um lado já podemos ver as primeiras casas da vila e do lado de cá uns poucos casebres, começo da Vila Poti. Recentemente fiz uma consulta a um velho amigo que reside em Paulo Afonso, nasceu ali quando não havia nada, nasceu num barraco. Hoje, um dos entendidos na história da CHESF e de Paulo Afonso, com livros publicados. Pelo que me revelou, creio que justificava a existência da cerca de arame: era o meio de proteção do patrimônio da companhia que surgia num ambiente hostil e desse modo se controlava e se fiscalizava toda pessoa e todo automóvel que necessitasse entrar na área chesfiana. Anos depois substituiram a cerca por um muro de pedras. E tudo isso durou até a década de 70 quando um prefeito tomou a iniciativa de acabar com o muro, sem destruí-lo pois o mesmo era do patrimônio da CHESF. Aí é outra história que depois narrarei.

Paurílio disse...

César, na década de 50 chegou a Paulo Afonso o cidadão Abel Barbosa, mais conhecido por Chefe Abel (ele foi chefe de escoteiros). Muito inteligente e ativo, professor, elegeu-se vereador, representando os pauloafonsinos junto à câmara de Glória a quem o distrito de Paulo Afonso pertencia. Sempre foi encucado com a tal cerca de arame (depois muro) entre a CHESF e a cidade. Em 1979 ele foi nomeado prefeito da cidade e tomou a iniciativa de lotear todo o lado oposto ao da CHESF, encostado ao muro e assim foram construídas casas comerciais e residenciais, encobrindo ao que ele e outros chamavam "muro da vergonha". - Chefe Abel ainda é vivo, está bem velhinho e talvez seja a figura mais querida da cidade, principalmente por ter sido o principal batalhador pela emancipação de PA em 1958.

Anônimo disse...

Chefe Abel é vivo? Lembro que quando estudei em PA nos de 1979/80 houve um grave acidente com um helicóptero e ele estava neste voo.

César Tavares

Edmo Cavalcante disse...

Fantástica esta última foto...Paulo Afonso ladeada pelas águas do Rio São Francisco, e a outra marca registrada da cidade: A arborização presente em todos os lados. No período que morei,sempre admirei a arborização, principalmente na parte da CHESF. Quanto ao muro, era por questão de segurança. Lembro dos cartazes nas guaritas: Fulano de tal,PROCURADO. A fotografia e na parte de baixo do cartaz, a palavra "TERRORISTA". Havia temor de ataques por parte daqueles que à época eram considerados subversivos.

Paurílio disse...

César, Chefe Abel ainda vive. Talvez você esteja lembrando o acidente envolvendo um ex-prefeito da cidade, Adauto Pereira, numa época de campanha política. Entre outros, faleceu ele e um candidato a prefeito de Salvador, Clériston Andrade.

Paurílio disse...

Uma curiosidade que, aliás, para muitos talvez não seja novidade. Antigamente o lugar onde hoje existe Paulo Afonso era conhecido por Forquilha (ver descrição no rodapé da quarta fotografia). Meu amigo pauloafonsino (Euclides Batista), sobre quem me referi em outro comentário, me informou que a cahoeira vista do lado baiano, apresentava uma formação rochosa por onde as águas desciam formando um Y, daí o nome Forquilha. - Outro esclarecimento que talvez não seja também novidade para alguns: no princípio de tudo, o núcleo urbano que foi surgindo fora dos limites da CHESF, tinha seus casebres ou barracos cobertos com o papel grosso dos sacos de cimento da marca Poty utilizado nas obras. Daí o nome VILA POTY, designação que durou muito tempo. - Então, em Paulo Afonso ou se morava na vila da CHESF ou na Vila Poty. Do mesmo modo o nome Vila Zebu (Barragem Leste) tinha esse nome por causa dos sacos de cimento da marca Zebu que eram aproveitados como cobertura para os barracos que ali surgiam.

Paurílio disse...

Edmo, de fato Paulo Afonso hoje é uma ilha, graças ao canal que foi feito para levar água até a quarta usina da CHESF (PA IV) que aparece aqui na 5ª e na 6ª fotografias.

Paurílio disse...

Corrigindo, a quarta usina aparece na 5ª e na 7ª fotografias.

Edmo Cavalcante disse...

E pensar, Paurílio, que esta obra magnífica do homem começou com o homem Delmiro Gouveia apaixonado por uma bela mulher. Grandes impérios caíram por causa de romances proibidos...neste caso uma região foi erguida.

Paurílio disse...

Será, Edmo, que outros pensam assim, se Delmiro não tivesse fugido de Pernambuco para Alagoas roubando a bela adolescente Carmela Eulina, fincando os pés à beira da cachoeira de Paulo Afonso, qual teria sido a história do vilarejo da Pedra? Eis aí um tema para se explorar, dando margem a muitas suposições.

Soberana Rubia disse...

Não sou do tempo da cerca com arame farpado, mas lembro bem dos muros de pedra e das guaritas com correntes fechando a passagem. Não me lembro de ter questionado aquilo, pra mim era tudo muito normal, fazia parte do "acampamento" da CHESF.
Agora a forma com era tudo mt arborizado e cheio de gramas e jardins ficou guardado na minha memória. Não conheci nenhuma outra cidade que fosse assim. Saudade de PA.

Anônimo disse...

Alguns diziam que, no futuro, Paulo Afonso e Delmiro Gouveia iriam crescer tanto, que se emendariam e seriam apenas uma cidade. Talvez essa futura megalópoli (maior que São Paulo)seja chamada de Delmiro Afonso ou Paulo Gouveia. Água Branca, Olho d'água, etc, seriam apenas bairros dessa magalópoli.

Paurílio disse...

Quem sabe, meus bisnetos poderão ver essa ligação entre as duas cidades. - Antes da construção da ponte D. Pedro II, a travessia de uma para outra cidade era feita no porto da Barra, sendo utilizada uma enorme balsa de madeira puxada por uma lancha (a balsa não tinha motor próprio), coisa muito precária e perigosa.

César Tavares disse...

Caros colaboradores creio que o blog está chegando ao seu fim. Não há material novo chegando e também acho que ao longo destes anos esmiuçamos todos os aspectos da nossa "Macondo Sertaneja"

Grato a todos por estes anos.

abraços.

Edmo Cavalcante disse...

César, já estou com saudade do blog e olha que ele ainda não acabou. De qualquer forma, se acabar, a cultura de Delmiro Gouveia ficará empobrecida...e muito! Eu sou um delmirense de corpo e alma que lhe agradece pelos relevantes serviços prestados à cultura e à história da minha cidade natal. Este blog é também um lugar de ótimo entretenimento. De qualquer forma, encerrando ou continuando as atividades, aí vai minha nota para a sua administração: D E Z !

Paulo da Cruz disse...

Caro César,

Espero que esta decisão não seja definitiva. Seu blog já tornou-se um patrimônio dos delmirenses expatriados. Caso ainda exista a possibilidade de continuidade farei um texto e enviarei para você.

Paulo da Cruz

Paurílio disse...

Estou com o Prof Paulo da Cruz. Esse marasmo é passageiro. Demora-se um pouco mas sempre há alguns que se manifestam trazendo-nos novidades. - Calma lá, César.

Paurílio disse...

Ontem, 28Jul, foi comemorada a emancipação de Paulo Afonso que anteriormente era distrito de Glória. A independência ocorreu em 1958.

Lima 51 disse...

Blog está chegando ao seu fim, please segura um pouco César, logo posto novidades (novas fotos)

abraços.

Marcos Lima

reporteramadorsbufchesf disse...

AÉ GENTE.
O ABEL BARBOSA AINDA ESTÁ VIVO SIM.
PELO MENOS ATÉ AGORA.

Anônimo disse...

Sou de Mata Grande e me encanto com as histórias do grande Delmiro Gouveia.Espero que o blog permaneça no ar, aprendi muita coisa. Raul Malta

Torres Vernazza disse...

onde ficava exatamente a tal cadeia de pedra nos anos 40 em paulo afonso? dizem que era ali onde hoje é o prédio da gráfica jatobá e outros afimam que não.