quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um dia de muita chuva em Delmiro Gouveia(anos 70)

Nos últimos dias tem sido de intensas chuvas na região nordeste como um todo. É um fenômeno meteorológico um tanto raro. Mas vez por outra isto acontece. Nos meus tempos na Macondo Sertaneja era mais comum passar anos com pouquíssima precipitação pluviométrica. Lembro-me claramente que em 1970, meu primo Rubinho me levou até a Pedra Velha, sentado no bagageiro da bicicleta e isto por dentro do Açude Grande que estava totalmente ressequido. No Açude Pequeno, ainda, havia água. Pouca, mas havia.

Em contrapartida, apenas uma vez, nos meus doze anos que morei em DG(junho de 69 até fev/81), vi chuvas com forte intensidade ao ponto de fazer os açudes “sangrarem” e “esborrarem” para os lados. E as lembranças deste dia, do qual não sei precisar o ano, são agora trazidas à tona pelas imagens enviadas pelo Rosival. Souza. Talvez, também, seja de 1976. Os leitores podem divergir e apontarem outra.

Lembro do Bar de Maninha isolado pelas águas. Lembro da pequena ponte que havia após a padaria de Antonio Ioiô ser coberta totalmente pela inundação. Lembro do pequeno barraco misto de residência/oficina se desconjuntando todo com a força da correnteza e os gritos de ôôôô do povo vendo aqui. E lembro-me da minha Tia Tonha que ainda mora na D.Pedro II, assustada com o seu quintal cheio de água. O campinho de futebol que havia entre a estação de trem e a parte posterior da referida rua também ficaram totalmente cobertos por aquele mundaréu d água que sobrevinha dos laterais do Açude Pequeno, e que um pouco antes haviam derrubado uma parte do muro da fábrica.

Será que os leitores espiando as imagens que nos chegam após uns trinta e tantos anos conseguem lembrar-se de algum outro fato deste dia?

Vamos às imagens, lembrando que para melhor visualição basta clicar em cima das mesmas.

Agora é com vocês.







10 comentários:

André disse...

César, já que você abriu espaço para divergências, vou colocar aqui que deve ser provavelmente o ano de 1978, isso porque nesse ano, me lembro bem, choveu muito em DG e um dos passatempos da meninada naqueles dias, era ir à Pedra Velha ver o açude sangrando e todo aquele aguaceiro em torno do Bairro Desvio. Em outra oportunidade do Blog, eu havia comentado que foi nesses dias que eu também vi pela primeira vez, quando estava indo embora, ali na primeira casa da Rua Pedro II, uma tv em cores, confesso que fiquei encantado com as imagens, e recuei alguns passos, ficando alguns instantes apreciando, pois a porta da casa estava aberta e dava pra ficar olhando, rsss. Quanto às chuvas, na nossa mente de criança, aquilo na verdade era uma festa, e não havia a menor preocupação se tava ocorrendo alguma enchente, por menor que fosse.

André disse...

As fotos são tão boas e de ângulos tão bons, que eu chego a pensar que foram batidas por um fotógrafo profissional de um jornal ou revista!Muito bom o registro.

César Tavares disse...

Pois é André o blgo fazendo "jornalismo" mais de trinta anos depois dos fatos...rs. Tb achei bem interessante elas.

André disse...

César,em todo o tempo que morei em DG, me recordo que apenas no ano de 1978 (como já mencionado) e em 1980, de ter havido algum estrago ocasionado por chuvas. Em 80 na verdade, foram fortes ventos que destelharam casas, derrubaram algumas árvores e causaram danos em alguns lugares, como por exemplo, numa banca de revistas que se situava na Praça que havia em frente ao Grupo Escolar Del. Gouveia. Lembra-se disto?

André disse...

César,em todo o tempo que morei em DG, me recordo que apenas no ano de 1978 (como já mencionado) e em 1980, de ter havido algum estrago ocasionado por chuvas. Em 80 na verdade, foram fortes ventos que destelharam casas, derrubaram algumas árvores e causaram danos em alguns lugares, como por exemplo, numa banca de revistas que se situava na Praça que havia em frente ao Grupo Escolar Del. Gouveia. Lembra-se disto?

César Tavares disse...

André as minhas lembranças são confusas. Tenho impressão que esta "cheia" aí das fotos tenha ocorrido antes de 78. Baseio-me no fato que em 78 eu já trabalhava na fábrica há dois anos(começei aos 14 na fábrica). E quando fui espiar este estrago acho que ainda não trabalhava.

Mas não tenho certeza de nada. Vamos esperar se aparece mais alguém com dados consistentes e melhor memória. rs

Anônimo disse...

Cesar vou entrar na confusão, fui morar na rua Olavo Bilac em 1977 e essa cheia, não tenho dúvidas, foi no ano de 1979.
ADAILTON

Luiz Orleans disse...

Vou ficar com o ano de 1979, concordando com Adailton. Foi no início desse ano que perdemos o nosso patriarca (Agripino Freire dos Santos), no curso de uma dolorosa enfermidade que o levou em plena maturidade, aos 53 anos, isso em março. No final do ano, creio que no início de dezembro, ocorreram chuvas pesadas, próprias do período das trovoadas. A lembrança me vem em função das canções de Natal e seus enfeites que foram parar nas rua e nos nossos corações após as chuvas. Na rua onde se situa a casa onde nasci e ainda reside a minha mãe, Maria Feitoza dos Santos, 77, a água se concentou no perímetro entre a casa de "Seu" Rufino à nossa, sendo que o seu ponto de maior impacto as casas onde moravam as famílias de Severino e Maria, "Seu" Gerso [pessoal de Mata Grande, avós de Roberto "patinho Godô"], Serraria de "Mestre" Heleno, e, por fim, a nossa, que recebeu também muita água.
A nossa mãe, muito católica, ao observar o "mundaréu" de chuva que se anunciava recolheu toda a meninada para dentro de casa, pondo-nos a rezar um rosário no famoso quarto dos meninos, onde sempre às 18h rezávamos o terço, entre beliscões e puchões de orelha (risos). O relâmpago comia no centro e a gente se espantava com toda aquela claridade apocalíptica. Quando a água começou a chegar dentro de casa o rosário já tinha sido desfiado e era hora das ações práticas. Corremos para pendurar os mantimentos vindos da roça (sacos de feijão e de milho) em tamboretes, livros e revistas em cadeiras, roupas, sapatos, enfim, tudo o que entendíamos estar vulneráveis. Precisamos abrir um buraco na parede da Serraria, e foi com muita dificuldade que salvamos a bisavó de Roberto. No outro dia contamos os estragos. As famílias de Severino e Seu Gerso perderam muita coisa. Foram várias as enchentes que presenciamos. Neste ano entrou água na casa da minha mãe [dessa vez, infelizmente, eu não estava lá para ajudá-la], e ela sabe o quanto isso custou para sua auto-estima, pois sempre buscou enfrentar as ditas autoridades que pouco fizeram para resolver de vez esse problema na Castello Branco. Mas as águas passam e as pessoas também. Fica a certeza de que isso é uma verdade para todos e todas. De Soterópolis, Luiz Orleans.

caçula disse...

Con relação esse diluvio em delmiro
eu presenciei,com tambem vi a antiga estaçao da pedra ser parcialmente inundada pelas aguas
que vinha do açude,porem ninguem dava importancia porque a estação não tinha o valor historico que tem
hoje. antes era abrigo de pedintes
(esmolé)que de outras regiões,para se ter uma servia até de privada
para alguns.
voltei.

André disse...

Luiz, agora pensando melhor, me lembrei que em 1979 foi o último ano em que tivemos uma grande cheia no Velho Chico (Rio São Francisco), inclusive com uma inundação grande na cidade de Piranhas, portanto, vai bater com o que você está dizendo: parece ter sido realmente em 1979. Dou a mão a palmatória, por ora...rsss. Em tempo: na penúltima fotografia, Reparem no senhor carregando duas sacolas de palha, me parece ser bem conhecido,alguém sabe de quem se trata?