
Mas uma colaboração enviada pelo Edmo Cavalcante(Maceió). O texto vem numa forma que poderíamos chamar talvez de prosa poética. Muito divertido. O protagonista dos fatos narrados pelo Edmo é mais uma vez é o Chefe dos Escoteiros, que foi o nosso professor de Matemática e Português nos idos de 1975/76.
Abaixo texto na íntegra do Edmo. Em seguida faço algumas considerações.
Maceió, 17/10-2005
Prezado César.
No Blogger1 você falou de uma história curiosa de penas de galinha enterradas no quintal do chefe e do desaparecimento de galinhas naquelas vizinhanças. Confesso que me diverti com a maneira como você fez tais comentários, afinal ladrão de galinhas em não raras vezes é um bom "ladrão". Mas de qualquer forma você me incentivou a tornar pública uma operação sigilosa chamada QUELÔNIO SALVADOR.
Ela aconteceu na nossa Delmiro em 1976. Espero que o qualitativo público do Amigos Blogger aprecie.
Um abraço
Edmo Cavalcante
OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR.

Os fatos ocorridos a mim foram narrados por um grande amigo bebericando caprichadas doses de Ron Montilla. Nesse dia ele estava bastante descontraído, não vou citar seu nome, apenas por precaução, vai que ele é intimada a depor na CPI do mensalão?
O tal causo é verdadeiro e aconteceu no nosso tenro sertão. Já faz um tempão. Ele me contou que de tanto ver o nosso professor(ele mesmo, o inoxidável CHEFE DOS ESCOTEIROS), reduzido a uma dura rotina alimentar se sensibilizou e resolveu agir. De quebra queria melhorar as notas em seu boletim.
O nobre professor que morava em um cubículo acompanhado apenas por um discípulo se restringia meses a fio a se alimentar de arroz com sardinha. Quem visitava a residência oficial do nobre mestre recorda muito bem daquela cena hilária e sombria: no fundo do quintal uma verdadeira montanha de latas vazia.
Mas tudo tem o seu dia. Meu dileto amigo se dirigiu ao professor:
- Chefe, aqui para nós, o seu vizinho o padre, tem criação de jabutis!
Ao que o nobre professor de olhos arregalados perguntou:
- Criação de jabutis ou de cágados?
- De jabutis!
Respondeu meu amigão.
-Então traga quantos você puder. Não importa se jabuti ou cágado, o que eu não agüento mais é comer enlatado!
Vale lembrar que o bom mestre que exalava um indiscreto bafo de sardinha também gostava de comprar fiado e chegou a ser considerado o terror das mercearias.
O meu destemido amigo não pestanejou, naquela mesma noite adentrou o quintal do padre para realizar o que se chamou de OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR.
No dia seguinte de vida nova e ânimo renovado, lá estava o nobre mestre de forma garbosa saboreando jabuti guisado de origem duvidosa.
O amigo do qual falo ainda me contou que a OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR aconteceu outras vezes e que só foi suspensa definitivamente quando o nosso professor de forma "carinhosa" foi convidado a se retirar da cidade pelas autoridades competentes.
Pelo CPD(Código Penal Delmirense) o crime já está prescrito. Mas nas nossas memórias afetivas e por pura gréia ainda cabe investigações e pesquisa de campo. Portanto: cabe aos CSI(investigação da cena do crime) ao trabalho!
Suspeitos: Roseirinha e Dedê. Ambos moravam na Vila Operária. No entanto eles pelo que me lembro não eram alunos do mestre. Então pela narrativa do Edmo estariam excluídos? O Ricarti também me contou também uma versão desta história inclusive citando nomes. Mas não lembro qual foi.
Cenário: O chefe morava nos fundos da casa de esquina onde ficava a sede da banda de música do Mestre Elísio(rua Rio Branco) e a casa do Padre ficava na esquina da outra rua( XV de Novembro)
Mesmo sendo difícil o processo de investigação após tantos anos. Como raramente vou a DG. Fica a sugestão para que os raros leitores daqui que aparecem por lá com mais freqüência que tentem resgatar quem foi o autor material da operação. A dica que dou é colocar o assunto em tela num debate ali nas mesas do bar do Jorge Camilo. Pois o bar fica por trás do Antigo Cine Pedra e bem próximo da cena do crime. Só não peça de tira-gosto nem sardinha e nem jabuti