quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cuba Libre (lembranças da Macondo Sertaneja)

Dando continuidade aos resgates de antigas postagens, trago um texto de nov/2004, customizando com imagens também já publicadas.


Cuba Libre
Postado originalmente em 18 de novembro de 2004, no primeiro blog da série “Amigos de Delmiro Gouveia”

Por volta dos quinze ou dezesseis anos de idade, era quando o rapaz ou a moça começava a freqüentar os bailes ou saraus delmirenses, que rolavam no Clube Vicente de Menezes ou no Palmeirão. Ora indo-se a bailes é natural o primeiro contato com bebidas.

O primeiro gole de cerveja na vida ninguém esquece. Aquela coisa amarga descendo pela garganta, e a pessoa fazendo cara de quem está gostando.

O que não se faz para bancar o adulto. Fingir faz parte da coisa. É o ingresso para o mundo dos adultos. Aqui começa o longo aprendizado da hipocrisia. Depois é natural na espécie humana o contínuo aperfeiçoamento desta arte.

No entanto o primeiro gole de cuba-libre, não parecia ser tão desagradável assim. Talvez pelo acentuado do refrigerante disfarçando o sabor acre do rum. Tudo bem, no dia seguinte, geralmente, batia uma tremenda dor no fígado e na cabeça.

Com o passar dos anos alguns vão refinando o paladar para bebidas. Ou até abominando as mesmas.

Eu, particularmente, bebo pouquíssimo. E há uns 23 anos que não tomo uma Cuba Libre. Mas ainda lembro-me da primeira vez que bebi. Saudade. Politicamente incorreta, mas mesmo assim saudade.

E aí você lembra do seu primeiro gole? Onde aconteceu? No Vicentão? No Palmeirão? No bar do Carioca? No bar Caracol? No bar do Maninho Cabeção? No bar do Lula Braga ou no bar da Tripa?

E o dia seguinte como foi? Conte aqui sua historia de iniciação etílica.

Uma turma no Clube Palmeirão em meados dos anos 70. O litro de rum se faz presente. Estariam os rapazes bebendo entre outras coisas uma cuba libre? 

Receita de Cuba Libre

Ingredientes:

1 limão
2 doses de rum leve
Coca-Cola ou Pepsi Cola

Modo de preparar:
Esprema o limão num copo e deixe cair as metades da fruta. Soque-as e junte cubos de gelo. Adicione o rum e complete com a Coca-Cola ou Pepsi. Mexa bem e sirva.

Interessante em blogar é que sempre podemos ir acrescentando algo. Após alguns comentários e após quatro dias da postagem original, eis que lembro de uma imagem que resgato do Amigos de Delmiro Gouveia 2 e postada em janeiro de 2006. Texto completo no link http://www.amigosdedelmirogouveia2.blogger.com.br/2006_01_01_archive.html

É uma fotografia de outubro de 1977, aniversário de Antônia(Tonha),colega de turma do GVM e que morava na rua Freitas Cavalcante. Nesta imagem, creio que o vasilhame que esta com o rótulo virado seja de um litro de rum.E o copo que eu seguro nas mãos, certamente era uma cuba libre. Ou não(diria Caetano). Em tempo: nesta época eu tinha apenas 15 anos de idade. Ou seja: os comentários apostos até então batem com "moral vigente"
Aniversário de Tonha/Outubro/1977. Em frente de um casa na Rua Freitas Cavalcante em outubro de 1977. Da esquerda para direita:
Cícero Barbosa, Danúbio Oliveira, João "Tubiba, Simone Souza, Zé Humberto, César, Zé Luiz "Carioca" e Evalda Freire.Ao centro seria um litro de rum? E nos copos?
Mesmo dia e local: Começando com o pessoal que aparece sentado:
Simone, Tonha(aniversariante e com um copo com líquido escuro. Seria uma cuba libre?), Ana  Barros, César, Lalide, Cícero, Dr. João, Alda Brandão, Carlinhos, César,Danúbio, Vilma Nóia, Márcia, Santina Oliveira, Márcia Rejane, Mair, Ângela, Evalda, Vera Ferraz, Fernado Aldo(in memorian),Ivonete(filha de Zizi da Tipografia, Zé Humberto e Carmem Petrauskas(filha de Galego do Cine Real)

27 comentários:

César Tavares disse...

Convém dizer que não faço apologia de bebidas em geral e muito menos ao consumo por parte de menores. Mas não podemos esconder a realidade fática que naqueles tempos, menores de idade (na faixa etária descrita), tinham acesso as dependências dos clubes delmirenses e o consequente contato com bebidas. Espero que tal prática não faça mais parte da "cultura local" um tanto tolerante no passado.

Edmo Cavalcante disse...

kkkkkk...aí é brincadeira eu sou daqueles que bebe duas ou três vezes por ano e concordo com o César não faço apologia à bebida de forma alguma, mas que deu vontade de tomar uma cuba libre só para relembrar os velhos tempos deu. Ainda mais, vendo essa foto da maldita...vou me segurar não vou beber não kkkkkkkk

Eduardo Menezes disse...

Não lembro quando, nem onde, tomei o primeiro copo de Cuba Libre. Mas já tomei muitas, rsrsrs, e começei cedo, ainda era menor. Naquela época a idade não era impecílio para adentrar no mundo etílico.

Edmo é o cara mais enrolão que conheço em matéria de bebida. Sempre ficou disfarçando, fazendo de conta que bebia, ele e Geraldo Bocão.

Edmo Cavalcante disse...

Dado, eu acho que o GB era mais enrolão do que eu, pois na verdade ele ficava com o copo na mão só para fazer bossa mesmo kkkkkkk eu enrolava bastante e continuo enrolando, mas mesmo assim vou citar uma relação das malditas que provei: Pitu, Mucuri, Serra Grande, Gengibre, Leite de Moça, Caipirinha, Caipirosca, 88, Batida de Limão, Batida de Maracujá, Cerveja, Menta, Campari, Aguardente dentro do côco, Vinho, Uísque , Cuba Libre e outras milongas mais kkkkkkk êita, Licôr de Genipapo, Licôr de tamarindo...

Anônimo disse...

Edmo pelo jeito só faltou misturar Ki-suco com alguma coisa...rs


César

Anônimo disse...

Nesta foto aparece como potencial grande consumidor o Fernando Simeão. Ele começou a beber aos 15 anos quando veio estudar em Maceió e somente parou de consumir a "MARDITA" quando estava a beira da morte, aos 54 anos. O vício transformou este rapaz. Era um dos meninos mais inteligentes e estudiosos de Delmiro Gouveira, porém os falsos amigos o levaram a malandragem. O Ronaldo Macarrão, me desculpem o seus amigos e admiradores, mas foi um dos que mais incentivou os jovens adolescentes de Delmiro Gouveia ao consumo de beidas alcoolicas.

Major Pedro Simeão

Eduardo Menezes disse...

Ki-Suco não, mas Tang já misturei com vodka. Teve uma época que eu tomava Vodka com xarpoe de groselha (da Cereser), então fiz o teste com Tang de laranja, morango, limão... Não é coisa que se diga "puxa vida como é bom", mas é tomável, rsrsrsrs.

Por falar em xarope de groselha, esse era um dos ingredientes do drinque caracol, do Bar do Caracol, só que usava gin no lugar de vodka

Receita do Caracol:
Gin
Soda limonada
Xarope de grselha
Gelo
Rodelas de limão

Edmo Cavalcante disse...

Dado, eu fiz muita besteira...cheguei a vomitar várias vezes por causa da maldita, coisa de menino inexperiente mesmo, mas rapidamente aprendi a "enrolar", pois na verdade queria estar com a turma e não ficava "bem" não beber.Quanto a essa mistureba com tang de laranja que voçê falou, ainda bem que não provei kkkk deve dar uma dor de barriga daquelas e a língua fica colorida kkkkkk

Anônimo disse...

No alcoolismo todos são vítimas e algozes. Tanto o Ronaldo Macarrão quanto o Fernando Simeão foram vítima dos malandros e falsos amigos, como também, já tomados pelo alcoolismo, acabaram por influenciar outros incautos. O problema é que uma minoria, por causas morais, de personalidade ou fisiológicas, acabam enveredando no alcoolismo.

Anônimo disse...

Sem condenações tardias ou moralismo em excesso. O excesso de tempo(eufemismo para falta do que fazer mesmo),aliado a falta de controle dos responsáveis(pais e autoridades)e a própria moral vigente na época, faziam parte da cultura local. O consumo excessivo de álcool é um fenômeno bastante comum ainda hoje em dia em quase todas as cidades deste país(grandes ou pequenas).

Qual família não teve alguém com tal problema? Na minha também teve. Não acho justo achar que má-companhias/influências sejam sempre os filhos dos outros.

Eduardo eu gostava do drink caracol. Creio que a cor e o sabor exerciam uma certa atração.

César Tavares

karine disse...

Há outro motivo, além de influência de malandros, falsos amigos, moralidade, personalidade e fisiologia: É BOM DEMAIS.
Deixei de beber por problemas de saúde. Até há pouco tempo eu bebias exporadicamene. Como agora estou sofrendo de gota, abandonei as bebidas alcoólicas completamente. Mas que dá saudades, dá sim.

Anônimo disse...

O comentário da Karine é meu.

Ricardo Menezes

Edmo Cavalcante disse...

César, acho que voçê quis dizer Carmem Petrauskas(Última foto). Eu gostava de frequentar o Caracol, pois era o barzinho que os bêbados enjoados quase não frequentavam. Outro bar que frequentei foi o bar das cordas, vulgo bar da UVA(União do Viados Alagoanos), não sei por que esse nome pois poucas vezes vi homossexuais por lá. Esse barzinho também teve o nome de Casarão e Aconchegos Bar. Ficava Nos domínios da cada do Sr. Luiz Xavier.

Edmo Cavalcante disse...

Dado, essa receita do tang com laranja e limão, eu copiei para usá-la quando chegar visita indesejável aqui em casa kkkk

Eduardo Menezes disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk

Edmo, só não diga que fui eu que ensinei, rsrsrss.

Se não me engano o primeiro nome do Bar das cordas foi Castelinho. Eu não sabia desse negócio de UVA, nunca ouvi falar. Por falar em uva, pode usar o Tang sabor uva também, rsrsrss. Uma dica pra quem quiser se arriscar ma mistura Tang/Vodka, faça um suco bem concentrado, experimente todos os sabores, rsrsrsrsss.

Tava aqui pensando...
Cachaça é um negócio bom mesmo, né? O blog tava meio devagar... um comentário aqui, outro ali... Foi só falar na "mardita" e surgio uma penca de comentários, inclusive meus, hahahahahahahahaa.

Garçon! Trás outra cuba libre aí, hic!

Edmo Cavalcante disse...

Dado, realmente era Castelinho e não casarão kkkk mas não tem importância não, o interesse mesmo era farrear kkkkk o que eu sei mesmo é que quando Maurício Bandeira arrendou passou a se chamado Aconchegos Bar, e o motivo por que fechou eu também sei: Maurício não aguentava mais vender fiado e não receber.

César Tavares disse...

O Castelinho cheguei a alcançar.Mas nunca bebi por lá. Bebi certa vez no Chaplin. Mas isto eu já estava morando fora de DG e foi numa volta rápida. O Chaplin funcionava no mesmo local onde tinha sido no passado uma pequena sorveteria. Acho que era Primavera. Parece-me que os desenhos que havia no Chaplin eram do Eduardo(certo?). Em janeiro de 2010, fotografei o local e funcionava uma movelaria: Padre Cícero(sem nenhuma poesia).

César Tavares disse...

Pessoal na postagem sobre o Virgílio Gonçalves surgiu um comentário novo. Super interessante a homenagem que irão fazer para o mesmo.

(já foi abordado por aqui em tons humorísticos: será que devemos ter esperanças de um dia termos tal honraria também?)

Eduardo Menezes disse...

Não, não fiz a pintura no Chaplin. Eu pintei os quadros que tinham no Chico´s Bar.

César Tavares disse...

Eis aí um lugar que não conheci: Chico!s Bar. Seria do Chico, irmão do Rubinho? Alguém tem imagens deste local? Historias?

Cleonice Menezes disse...

Até hoje fico impressionada como os delmirenses gostam de beber Montilla (cuba libre)sempre que vou lá vejo o pessoal bebendo à valer a mardita.Eu não bebo mais bebida quente:enjoei. agora, a cervejinha é de lei. Quanto a influências, eu nunca fui por ninguém.De todas as merdas que fiz, foi por vontade própria. Cleonice Menezes.

caçula disse...

a cuba eu tomei pela primeira vez
aos 13 anos no cabaré de antonio do
curtume.
eita alcoolismo brabo da gota serena.
saudações.

Anônimo disse...

Bebi muita caipirinha acompanhada de um caldinho de mocotó
, De feijão, De sururu... No Caracol. Mas meu primeiro gole mesmo foi no Bar de Lula Braga. Uma dose de Pitú com Coca Cola antes de entrar no Baile ou Sarau, no Clube Vicente de menezes.

Anônimo disse...

Eis um local que poderia render uma postagem: Cabaré de Antonio do Curtume. O da Percília já rendeu alguns comentários. Quem se aventura?

César

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Eu frequentei algumas vezes o Puteiro de Antônio do Curtume. Ao lado do Puteiro (adoro essa palavra)existia uma rinha (briga de galos). Muitos se referiam ao Cabaré de Antônio do Curtome como Cabaré da Rinha. O ambiente era meio deprê, principalmente pelo odor caracterísco dos curtumes que os fregueses tinham que suportar. O odor, misturado com auquelas putas velhas, gordas e melancólicas, deixava o ambiente depressivo. Só muita cachaça para suportar aquilo. Geralmente eu já chegava lá bêbado, e depois de me servir daquelas beldades, tratava de deixar o ambiente o mais rápido possível.

Edmo Cavalcante disse...

Êita Ricardo...cuba libre e as virgens do cortume? Teu sistema imunilógico passou por uma prova de fogo.

Anônimo disse...

A cena descrita pelo Ricardo parece saída de um dos livros do velho e bom Bukoswski. O comentário com uma foto do lugar seria um post e tanto.


César