sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dialeto de Cabras da Peste ou: seu fulêro não entendeu não?

Imagem:direitos autorais da www.camiseteria.com

O texto de hoje é fruto da pesquisa e colaboração do Abrahão, e concatena-se perfeitamente com o mote do vocabulário delmirense.

É um verdadeiro dialeto

Se é miúdo é pixototinho.
Se é pequeno é cotôco.
Se é alto é galalau.
Se é franzino é xôxo.
Tudo que é bom é massa.
Tudo que é ruim é peba.
Rir dos outros é mangar.
O bobo se chama leso.
E o medroso chama frouxo.
Tá torto é tronxo.
Vai sair diz vou chegar.
Dar a volta é arrodeio.
Se é longe é o fim do mundo.
Dinheiro é bufunfa.
Caba sem dinheiro é liso.
Pernilongo é muriçoca.
Chicote se chama peia.
Quem entra sem licença emburaca.
Sinal de espanto é - - vôte!!
Se tá folgado tá foló.
Quem tem sorte é cagado.
Quem dá furo é fulêro.
Sujeira de olho é remela ou argueiro.
Gente insistente é pegajosa.
Agonia é aperreio ou gastura.
Meleca se chama catôta.
Gases se chamam bufa.
Catinga de suor é inhaca.
Mancha de pancada é roncha.
Palhaçada é munganga.
Desarrumado é malamanhado.
Pessoa triste é borocoxô.
E então é iapôis.
Pois sim é não concordo.
Pois não é estou as ordens.
Correr atrás de alguém é dar carreira.
Passear é bater perna.
Fofoca é resenha.
Estouro se chama pipôco.
Confusão é rolo.
Travessura é presepada
Gente complicada é nó cego.
Paquerar é se "inxerir".
Distraído é aluado.

Vixe Maria! Entendeu esse menino?

Agora é com vocês.

16 comentários:

Paulo da Cruz disse...

Esse menino é porreta, pai d´égua e muito arretado. Eita bicho bom de conversa.
Bem legal essa lembrada de termos nossos, muitos dos quais há um bom tempo eu não ouvia.

Anônimo disse...

Simplesmente espetacular este vocabulário em formato de poema!É lendo e rindo ao mesmo tempo.
Como colega do blog, fico emocionado com tanta cultura em uma só pessoa.
Parabéns Abrahão.

César Tavares disse...

Pergunta para os universitários: Qual é a origem da expressão "vôte" que falávamos para tudo que cabia espanto?

César Tavares disse...

Outro termo que faltou nos dois post ouvi hoje no ônibus a caminho do trabalho. O motorista parou o coletivo e ficou tentando consertar "cordinha de aviso de descida" e perdeu uns bons 5 minutos nisto. E aí um passageiro soltou algo que não ouvia há muito tempo: "por causa de uma besteira desta a gente fica aqui "empaiado".

A expressão "empaiado" creio que vem de empalhado e significa perder tempo com alguma coisa.

É isto mesmo?

Anônimo disse...

Abrahão, seu cabra, deixe de pantim e apareça mais, essa relação é sem igual. - "Menino, não estrua essa água!" - era o que a gente ouvia, lá em casa, da nossa mãe quando desperdissávamos água. Somente em Delmiro é que ouvi um termo (parecendo ser do vocabulário delmirense mesmo) - "vaqueiro-sem-chapéu" - referente ao fedor de bufa no ambiente onde se estava. Será que na realidade quando um vaqueiro tirava o chapéu o cheiro exalado era insuportável, daí a comparação?

Anônimo disse...

QUEM USAVA ESSE TERMO (GVM)
Deixe de LOROTA seu INFITETE!

rsrsrsr

ADAILTON

César Tavares disse...

Adaiton vou dar dois chutes na tentativa de acertar:

A frase era do Sargento Alceu(Seu Delega) prof. de Ed. Física. ou seria do Prof. Waldemar (chefe dos Escoteiros)?

Anônimo disse...

Cesar, lembro-me do Sr. Alventino (pulimento) agora tire-me a dúvida:
LOROTA: conversa vaga;
INFITETE: seria que tipo de indivíduo?

Ô_Ô Fernando Informática disse...

PESSOAL O QUE SERIA "TIPÓIA"?

Anônimo disse...

TIPÒIA - instrumento feito geralmente de atadura, posto do pescoço a um dos membros superiores, para sustentá-lo quando o mesmo tiver sofrido algum tipo de luxação.
Será que é isto?

ADAILTON

Anônimo disse...

A gente fica matutando sobre todos esses termos e aos poucos vêm à mente outros interessantes: enfezado - cão sem dono - caminho de rato - mutreta - pé rapado - sem eira nem beira - cabeça de nós todos - espanador da lua - figa - cavalo batizado ...

César Tavares disse...

Lembro do sr. Alventino sim. Tanto que no primeiro site(de 2002) cito o seu nome.

Pois é Paurílio é uma vasta riqueza de termos que aos poucos estamos resgatanto.

abraços a todos.

Luiz Orleans disse...

Certa vez, em uma reunião pública (na sede da CONAB), fui falar para uma platéia bem eclética e soltei um vocábulo nosso: "envultado". Todo mundo quis saber do que se tratava. Me ensinaram que é trata-se de quem "desaparece por mágica", "se esconde de todos através de reza", "some do olhar", "vira toco de pau". Seu Cícero, vaqueiro amigo nosso, que trabalhou conosco na roça Lagêdo Baixo, entre a sede do municiípio e o Sinimbu, falescido há muitos anos, era tido como bom rezador, e que se "envultava". Era coisa muito velada.

Luiz Orleans disse...

Outra coisa que muito se fala: "Fulano esta enfesado..." Aqui, em Salvador, me ensinaram que enfesado é porque está cheio de bosta. Enfesado, cheio de feses (risos).

Anônimo disse...

Certa feita um delegado cumprindo um mandado de prisão chegou à casa do acusado devidamente escoltado pela força policial e mandou a sentença:
- Têje preso, arribe os braços e num se bula!

nisso o meliante responde:
-Posso não dotô...
Eu tô intiguido, inquitado e arrojando... quando quero dá de corpo quedê?

Depois de averiguações e diligências constatou-se o seguinte:
O acusado arrumou confusão num boteco, brigou, furou o buxo de outro colega de copo e fugiu. Não fora mais longe porque comeu buchada azeda e ficou de cama até ser localizado pela policia.

Anônimo disse...

TRADUZINDO

O preso depois de digerir a buchada azeda ficou:
INTIGUIDO = Sem urinar
INQUITADO = sem fazer barro (cocô)
ARROJANDO = Ânsia de vômito
DAR DE CORPO = querendo levantar
da cama e sem disposição.