quarta-feira, 15 de julho de 2009

Delmiro Gouveia: 1983 Imagens da Macondo Sertaneja

Retomando o blog. Afinal, a meta é que o bichinho tente chegar até outubro quando então completará cinco aninhos. Já falamos por aqui que blogs assemelhados geralmente duram pouco. Este nosso, graças à colaboração de um monte de gente, daqui a pouco ganhará alguma coisa por tanto tempo no ar falando sobre um só tema: A cidade de Delmiro Gouveia- Macondo Sertaneja.

E nestes tempos de net onde o que se caracteriza fortemente é ser efêmero, passageiro e fugaz, aqui estamos nós.

E hoje, mais uma vez, o Eduardo Menezes dá a sua colaboração trazendo imagens de um já longínquo 1983. Então será que após 26 anos, os leitores conseguirão identificar todos estes recantos delmirenses? Ou será que alguém tem alguma história ou dado novo ou requentado? O que importa é tentarmos manter o trem andando. E vamos que vamos.

Agora é com vocês.






19 comentários:

César Tavares disse...

Na quinta foto há algo interessante. Cliquem em cima da mesma para ampliar e vejam no antigo muro da Cia Agro Fabril Mercantil as pichações com os nomes dos então candidatos políticos.

Lima disse...

A primeira foto que nao consigo lembrar o local, mas as outras ainda me lembro,como a da Escola Luiz Augusto, qndo estudei la de 93a 97 a entrada era inda assim, ao lado do departemento de educação é o muro da Escola Afranio Lages,era pequena e lembro que tudo era cercado de Arame farpado.

Anônimo disse...

Em frente ao Dep. de Educação Municipal havia um parquinho, cercado por arame, no qual a meninada ia se divertir toda manhã. Logo depois foi desativado, pois ali próximo construíram um estabelecimento chamado Naces. Os brinquedos que ficavam no parquinho foram levados para uma Creche localizada na esquina da rua Tiradentes. Foi tristeza geral para a molecada da Cohab Velha e adjacências. David

Eduardo Menezes disse...

A capela da primeira foto tem uma história.

Delmiro Gouveia ainda era povoado de Água Branca e o bairro Bom Sossego ainda era uma fazenda com algumas casas (1).
Próximo ao local onde seria construída a capela morava a família de um mascate que tinha um desejo sexual pela filha. Certa vez, no dia que chegou de uma viagem, o mascate aproveitou um momento que estava só com a filha e tentou agarrá-la a força, ela conseguiu sair de casa e foi correndo pelo mato com o pai atrás dela, infelizmente ela tropeçou, caiu, e o pai dela matou com um canivete. No local foi construída a capela. Por muitos anos a capela foi usada como local para fazer promessas, os religiosos deixavam lá esculturas de membros humanos feitos de madeira para curarem de doenças que afetavam as partes representadas pelas esculturas.

Localização da Capela:
Seguindo a pista no sentido Delmiro/Maria Bode, fica do lado direito, em frente ao primeiro quebra-mola. Do lado esquerdo tem uma praça.

O Mascate tinha um filho que era conhecido por Zé Pó (aliás, a família toda tinha o apelido de pó, tanto os homens como as mulheres, era a Família Pó). Quando esse Zé Pó era menino, era “protegido” por Noé, filho de Delmiro Gouveia. Noé, que era mais velho, gostava de botar os meninos pra brigar e mandava o Zé Pó bater nas outras crianças.

(1) Depois que Delmiro passou a ser cidade, Bom Sossego passou a ser um povoado. Só em 1970 foi incorporado a Zona Urbana. O prefeito José Bandeira era contra, mas meu pai, que já trabalhava no IBGE, fez a descrição do perímetro urbano o convenceu a assinar.

Lima 51 disse...

Delmiro Gouveia: 1983
Como cheguei em Delmiro em 1985, me veio logo a mente essas imagens, principalmente a 2ª e a 5ª imagem, inclusive esse quebra-mola em frente a fábrica era um tormento para mim, que estava aprendendo a dirigir e acabava estancando muito o carro do fisco em cima dele.
César te enviei algumas fotos que mostram como nossa Macondo mudou para melhor, não?

Forte abraço em todos.

Anônimo disse...

Talvez seja por causa desse Zé Pó bom sossegano, que no filme Coronel Delmiro Gouveia há um operário do coronel com esse nome, interpretado pelo ator José Dumont. David

César Tavares disse...

Olha aí só as informações trazidas pelo Eduardo sobre a capelinha daria um belo post. O que acho legal no nosso blog é isto. De um post sem muitas pretensões começa aparecer de repente "fatos novos e desconhecidos" por uma grande maioria.

Lima as fotos que vc enviou até então todas já foram publicadas não? Ou será que tem mais alguma? Pq não consta nada nos meus emails recebidos algo mais recente seu. Acho que tem pendente apenas uma da saída dos operários da fábrica? Em todo caso grato pelas colaborações e tendo mais material é só enviar.

Tenille: quando trabalhei num grande banco aqui em Recife, conheci pessoalmente o Luiz Augusto que deu nome a escola. Nos meus tempos de DG ele o famoso Seu Lula(sobrinho do Antonio Carlos que era nada mais nada menos que o dono da fábrica). Gente muito boa e afável. E sempre perguntava para mim sobre notícias das pessoas de DG. Principalmente do Adeilton(meu primo) a quem ele sempre se referia pelo seu apelido dos tempos de estudante(Buiú)

Eduardo Menezes disse...

David,

O Zé Pó que falei é justamente esse personagem do filme Coronel Delmiro Gouveia.

Luiz Reginaldo Silva disse...

Olá César e amigos!
A foto mostrando a entrada da Fábrica lembra muito bem um dos anos em que trabalhava na seção de camisaria, na época ainda era Cia. Agro Fabril Mercantil e somente algum tempo depois passou a se chamar Multifabril Nordeste e nos dias atuais Fabrica da pedra.
O aprendizado desenvolvido por lá foi de muita valia tanto na minha caminhada como tambem na de varias pessoas em um lugar sem quase nenhuma perspectiva de trabalho, educação e uma série de fatores comum a uma determinada sociedade.
Estas imagens vem mostrar o lugar mágico e envolvente em que vivi desde inicio dos anos setenta até começo dos noventa do século passado.
Vou ficar devendo material para um possivel post futuro.
Abraços.

Eduardo Menezes disse...

No centro da última foto tem um trailler onde já tomei muita cervaja e a maldita Pitú, rsrsrs, era a Barraca de Janja, o trailler foi feito por ele mesmo.

Anônimo disse...

Reginaldo na segunda foto quando ampliada se percebe pessoas na guarita(bastante acanhada) da fábrica. Será que seria o Seu Júlio que estaria na portaria? Vc lembra dele?

César Tavares

Lima 51 disse...

Olá César, mandei 3 fotos no dia 16.07 e vc acusou o recebimento em 17.07, dê uma olhada.
Particularmente achei essas fotos muito bonitas são de Delmiro ao entardecer do dia 16 mesmo.

Forte abraço.

César Tavares disse...

Lima recebi sim. Inclusive elas dão um contraponto legal com as deste ultimo post. Grato

Luiz Orleans disse...

No início do mês de julho escrevi um comentário, mas a "mardita" conexão caiu e o texto foi projetado às Calendas gregas. Mas tudo bem, aproveito para aparecer por aqui fazendo o seguinte comentário: imaginei que a capelinha da foto 1 se tratasse da capela erigida em memória de uma filha de retirantes que morreu a golpes de facão desferidos pelo pai ao tentar agredir a mãe com tal ferramenta(sic). Quando garoto, nos falavam desse fato e que no local, à beira da rodovia, sentido Delmiro/Água Branca, na altura do local onde hoje está instalada uma revendedora de carros - pelo menos era isso na minha última ida à Macondo -, veículos tombavam movidos por determinada força sobrenatural. Uma morte inclusive, como o caso de Edson, primo do famoso Lindô, ilustra essa lenda urbana. E de tantos acidentes que ocorriam, além de outros fatos estranhos houve quem sugerisse que a alma da garota, morta em circunstâncias sombrias, ansiava por uma lembrança de seu martírio. Daí erigirem em sua memória a capelinha, onde as pessoas devotas passaram a depositar suas esperanças de cura tais como cópias de membros que a representar materialmente as respostas milagrosas a solução para seus males. A capela se abarrotou desses objetos. Com a palavra os mais inteirados do assunto e/ou os que podem se inteirar por estarem mais próximos da nossa terrinha. Cá estou em São Gabriel, lá para as bandas do território de Irecê, na Bahia. Um forte abraço carregado de soledade da nossa Delmiro Gouveia e de todo o povo obreiro (fábrica, roça e barnabés - desocupados também...). Luiz Orleans.

César Tavares disse...

Luiz belo texto. Só uma pequena correção. Primo de Lindô se chamava Eilson e não Edson. Eilson foi companheiro de viagem para Paulo Afonso durante 2 anos(1979/80) E era o responsável(ou irresponsável) que levava os instrumento musicais que os estudantes tocavam nas sextas-feiras. Ele no tantan, Tonho do Banco do Brasil no Atabaque, Carlinhos Kipá no triângulo e Wellington de Jatobá e Maysa Galega do Desvio nos vocais.

Paurílio disse...

César, há registro num livro que possuo, sobre Zé Pó como sendo a pessoa que socorreu Delmiro Gouveia
na noite do assassinato, levando o patrão já nas últimas para a cama. Dá a entender que Zé Pó era um serviçal da casa (um mordomo?) pois é acrescentado que poucos minutos antes ele tinha servido o jantar de Delmiro. - Por incrível que pareça (será que já estou velho mesmo?) quando eu era menino ainda conheci o Zé Pó, um senhor já bem maduro. Ou seria outro Pó, já que todos da família portavam esse nome conforme Eduardo citou?

Anônimo disse...

Paurilio talvez o Eduardo(com a ajuda do seu pai Zito Menezes) possam esclarecer suas dúvidas. Só conheci o Zè Pó como personagem do filme do Geraldo Sarno.(Coronel Delmiro Gouveia)

César

Anônimo disse...

Paurilio talvez o Eduardo(com a ajuda do seu pai Zito Menezes) possam esclarecer suas dúvidas. Só conheci o Zè Pó como personagem do filme do Geraldo Sarno.(Coronel Delmiro Gouveia)

César

Lima disse...

Cesar nao imaginava que o Luis Augusto ainda fosse vivo na epoca que la estudei, e interessante homenageam pessoas com nomes de escolas e outros lugares mas nao falam sobre elas, e poucos tem a curiosidade de saber quem sao e o que fizeram para receber tal homenagem.