terça-feira, 10 de maio de 2011

Brincadeiras de Rua( infância em Delmiro Gouveia).

Resgatando um dos primeiros textos do primeiro blog. Ele versa sobre Brincadeiras de Rua.

Qual criança delmirennse que não brincava na rua?

E Como, até então, não dispomos de fotografias de época, aproveitei e dei uma pesquisada na net e encontrei neste endereço http://segundosprofes.blogspot.com/2010/09/curiosidades-brincadeiras-antigas-bafo.html uma série de quadros da autoria do do Ivan Cruz, que podem muito bem ilustrarem a nossa “repostagem”.

Vamos ao texto. E depois é com vocês. E seria bastante interessante se alguém pudesse nos enviar alguma fotografia de criança delmirense brincando. Enfim: vasculhem seus baús.

BRINCADEIRAS DE RUA.
Texto de César Tavares e originalmente postado em 14/fevereiro/2005 no primeiro blog Amigos de Delmiro Gouveia.

Notas esparsas. Sem ordem. Sem cronologia. Apenas do jeito que as lembranças vêm à tona.

Rodar Pião;
Jogar bola de gude ou ximbra como chamávamos;
Correr com um pneu pelas ruas batendo no mesmo com um pauzinho que fazia o papel de direção;
Equilibrar uma rodinha de metal com um gancho de arame;
Brincar de rouba bandeira ou barra bandeira;
Brincar de garrafão; Morria de medo de levar uma porrada;
Brincar de Passar o anel;
Brincar de Uva, Pêra e Maçã (frutas que nunca estavam presentes numa mesa sertaneja) e com uma vaga esperança de ganhar um beijo de uma menina;
Após um dia com chuva (coisa rara) brincar de jogar um ferro tentando enfiar no chão úmido e traçar linhas. Não lembro mais o nome da brincadeira ou suas regras não escritas. Mas era bem divertido;
Brincar de esconder ou esconde-esconde pulando os muros alheios e levando carreiras e esporros dos vizinhos para não quebrar os jarros com plantas;
Jogar bafo bafo com figurinhas e espertamente umedecer as mãos com cuspe para levar vantagem.(nem sabíamos ainda da existência da Lei de Gérson);
Sentar na calçada à noite um bando de crianças e ficar ouvindo histórias de trancoso ou assombração. E o medo que dava ao voltar para casa;
Fazer guerra de borrachas. Um pedaço de pau com uma pequena cavidade e uma borracha estirada para pegar força;
Meninas brincavam de casinha;
Meninas faziam roupas de boneca;
Meninas brincavam de roda. Cantavam: atirei o pau no gato, a rosa vermelha é do bem querer...
Meninas tinham álbuns cheios de perguntas que não entendíamos. Elas sempre foram mais precoces.

Algumas das brincadeiras acima citadas eram mistas. Meninos e meninas brincavam juntos.

Tudo isto eram brincadeiras coletivas. Final de tarde e primeiras horas da noite eram os horários prediletos. Independiam de férias escolares.

Será que a molecada hoje ainda brinca das mesmas coisas? Você brincou de algumas destas brincadeiras?

Não vi crianças brincando nas ruas delmirenses. Esmolando sim. Onde elas estavam brincando? Será que em casa diante da TV? Vídeo Game? Computador?

Onde foram parar estas antigas brincadeiras? Você sabe? Na sua cidade ainda existem estas brincadeiras? 

Deixe o seu recado.

Avião de Papel: quem nunca soltou um em sala de aula?
Jogando "bafo". Não valia cuspir na mão.
Currupio: um botão arrancado de alguma roupa velha e um cordão.
Jogando Ximbra (bolinha de gude): triângulo e biroca era as modalidades mais jogadas.
Passarás...passarás o derradeiro fica atrás. Brincadeira  mista: meninos e meninas podiam brincar juntos.
Avião, amarelinha ou academia
Jogando ximbra
Patinete. Quem era um delmirense famoso que tinha um parecido? 
Brincando de roda: A rosa vermelha é do bem querer...
Cama de Gato: com um cordão fazia-se muitas coisas: navio, pé de galinha...
Carrinhos de Rolimã: alguém já disputou alguma corrida em calçadas alheias?
Jogando pelada: em qualquer rua da cidade, campinho ou até mesmo no  ringue eram  jogadas.
Pés de Lata. Havia também uma variante feita com quengas de cocos.
Carrinho de Latas. Quem não teve um.
Em dias de chuva: fazer uma represa junto ao meio fio.
Aros sendo conduzidos com arame. Sua outra versão era empurrar um pneu velho com um pedaço de madeira. 
Jogando pião.
Telefone de Latas. Havia a versão portátil feita com caixa de fósforos. 

25 comentários:

Lima 51 disse...

Graças a Deus, podemos dizer que tivemos uma infância feliz!!
das brincadeiras citadas eu participei da maioria: Pião;
Jogar ximbra, Correr com um pneu pelas ruas batendo no mesmo com um pauzinho que fazia o papel de direção; rouba bandeira, garrafão; Ferrinho traçando linhas cada vez mais finas para que o outro não conseguisse passar, esconde-esconde; bafo com figurinhas e ouvir histórias de trancoso ou assombração. E mais algumas não citadas como: Jogar botão, trocar gibis, soltar pipa, jogar bola na rua, no quintal, assistir bang bang e torcer erradamente pela cavalaria americana, primeiros namoricos, etc.

Que tópico precioso César, meus parabéns, ainda não tinha visto, vou postar lá no meu blog também.

Abraços a todos amigos de DG.

Eduardo Menezes disse...

Tirando a brincadeira de fazer roupas pra boneca, acho que participei de todas as brincadeiras citadas e mais algumas, como queimado, pernas de pau, notas de papal de cigarro e outras. Mas, a que eu detestava era o tal de Garrafão.

Edmo Cavalcante disse...

Brincadeira de criança, como é bom, como é bom!Desse rosário de brincadeiras que o Lima citou, participei de quase todas.Não sei se encaixa na categoria brincadeira, mas para mim, jogar futebol, tomar banho no açude grande e andar de bicicleta eram as melhores diversões. Destas, a única que papai proibia era tomar banho no açude.

Edmo Cavalcante disse...

Dado Menezes...sinceramente eu não lembrava da brincadeira com notas de papel de cigarro.Voçê está com boa memória. Continental, Arizona, Hollywod,Clássicos,Hilton,Minister...cada marca de cigarro tinha um valor convertido para cruzeiro.Se não me engano o objetivo era saber quem conseguia mais dinheiro, verdade?

César Tavares disse...

Com notas de maços de cigarros era possível fazer "negócios"(comprar gibis usados) ou até mesmo jogar bingo "a dinheiro".

Edmo outras marcas: Kent, Astória(este era difícil. Cada nota tinha um valor. Quanto mais rara mais valiosa(Lei da Oferta e da Procura ainda desconhecida por nós mas aplicada na prática). E quando alguém aparecia com alguma nota de cigarro americano era mais valiosa ainda.

Não lembro se havia cotações diferentes por ruas. Ou era usado o mesmo padrão monetário por todas. Será que havia alguma "autoridade" que regulava isto?

César Tavares disse...

Pessoal está havendo um problema com o sistema "blogger!". Além de ter ficado fora do ar para comentários. Alguns comentários tb "sumiram". Nesta postagem mesmo tinha uns 5. Estranhamente nem no gerenciador eles ficaram. Como o mesmo problema está ocorrendo em todos os blogs, acredito que o provedor irá regularizar. Só espero que não fique igual aos antigos blogs.

Grato pela compreensão de todos.

Edmo Cavalcante disse...

Mas eu tava dizendo mesmo que, desse rosário de brincadeiras que o Lima citou, particicpei de quase todas. Não sei se encaixa na categoria brincadeira, mas as minhas diversões preferidas era jogar futebol, andar de bicicleta e tomar banho no açude grande. A única que papai proibia era tomar banho de açude. Aliás...pescar pitú com garrafa, para mim também era brincadeira.Na epóca das trovoadas quando o açude enchia eu ia "brincar de pegar pitú".

Edmo Cavalcante disse...

Andar de bicicleta era uma sensação fantástica. O ser humano ali se equlibrando sobre duas rodas. Achava, e ainda acho no mínimo curioso.Em 1972, papai me deu uma caloi 150, uma bicicleta lançada em comemoração aos 150 anos da indepêndencia. E haja...pedala menino, pedala. E as aulas? Deixa pra lá...na hora "j" o chefe dos escoterios aprova todo mundo mesmo. Essa,para mim, era a melhor de todas as diversões.

Anônimo disse...

Vocês esqueceram de citar o troca-troca. A gurizada adorava fazer troca-troca de gibis, figurinhas, etc.

Eduardo Menezes disse...

É danado, com o sumiço dos comentário a gente perdo o prumo do assunto. Mas vamos lá, eu tava falando das notas de cigarro.
Eu tinha um "baú" cheio de "dinheiro", vários pacotes amarrados com ligas de dinheiro.
Com as notas de cigarro apostava-se em jogo de ximbra, bingo (o prêmio variava de acordo com a quantidade de participantes), banca de dado, era um tabuleiro com números de 1 a 6, o apostador colocava a nota em cima de um número e o banqueiro jogava o dado, quem acertasse ganhava quatro vezes o valor apostado).
Eu tinha um bingo e uma banca de dado. Eu era rico, rsrsrsrsrsrsss.

Tinha também o jogo com a castanha de caju, era colocada uma castanha na calçada bem próxima a uma parede e os participantes jogavam outras castanhas, um participante por vez, e ía fazendo rodízio até que um deles acertasse a castanha original, aí levava toadas as castanhas jogadas. O ganhador colocava uma nova castanha na calçada e começava tudo de novo.

Edmo Cavalcante disse...

Valeu Dado, pela lembrança desses jogos. Sinceramente, já havia esquecido como funcuionava o jogo do dinheiro de nota de cigarro, mas as marcas eu lembro: Hollywood, Arizona, Clássicos, Minister,Continental. Também já havia esquecido como funcionava o jogo das castanhas.

André disse...

Ei pessoal, dessas brincadeiras eu participei e gostava: garrafão (apesar do medo de levar murro nas costas), bingo com carteiras de cigarros abertas e dobradas nas bordas como se fossem ‘dinheiro”; igual o Ricardo falou; de castanha, ouvir histórias assombradas, roubar frutas de quintais, banho no açude...e a preferida, pelada no calçamento nas ruas 13 de maio e Barbosa. Neste última brincadeira, perceberam que quase não passava carro, mesmo a meninada toda correndo em pleno meio-da-rua?Rss...que tempos bons e ingênuos. Engraçado, eu vejo que naqueles tempos, não sentia a menor falta da infra-estrutura de cidades famosas e grandes, mesmo em pleno sertão alagoano. Por que será hein? Já hoje, como a cidade é outra, transformada, e, a 'imitação' do jeito de ser de cidade grande, a sensação de faltar algo delas é maior (descontando-se o fato de agora ser adulto, é claro). Resumindo: quando era mais acanhada, era bela e gostosa, agora que tem mais urbanismo, sente-se mais a falta de virar logo uma cidade urbana, estruturada...QUE IRONIA!!

André disse...

Ricardo, uma 'CÉDULA' muito desejada e que valia muito, é a dos cigarros HILTON...pelo que me lembro, era douradinha. O menino que tivesse uma, era tido como o tal...kkkk

André disse...

Ricardo, uma 'CÉDULA' muito desejada e que valia muito, é a dos cigarros HILTON...pelo que me lembro, era douradinha. O menino que tivesse uma, era tido como o tal...kkkk

Paulo da Cruz disse...

Um evento que sempre impelia o surgimento de novas brincadeiras era o filme que passava na tarde de domingo no Cime Pedra. Se era de capa e espada na semana seguinte a rua estava cheia de espadachins esgrimando. Pelo menos era o que acontecia na Rua do ABC. Outra brincadeira que lembro era empinar pipa ou soltar raia, como chamavamos. Outra brincadeira que lembro era a de disco voador. O disco era feito com uma pequena tira de metal, geralmente de flandres, daquelas que prendiam caixotes. Cortava-se uma tira de uns 20cm e punha-se em um prego ou arame grosso que estava enfiado em um pedaço de pau que servia de empunhadura. Entre a tira de flandres e o pau ficava um carretel de linha vazio que servia para colocar um barbante como em um pião e dar a arrancada. A tira de flandres saía girando e voando feito um disco voador. Era mais ou menos assim:

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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Paulo da Cruz disse...

Não deu. Na hora do envio desformatou.

Eduardo Menezes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Menezes disse...

Paulo lembro desse negócio.
Vou tentar fazer o que você quis mostrar. Desconsiderem os pontos, eles foram colocados pra alinhar o desenho.



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Edmo Cavalcante disse...

Daí, que após o comentário do Paulo, lembrei-me de um brinquedo que era um cordão unindo duas bolas de plástico rígido. Houve uma epóca que virou febre.O objetivo era fazer as bolas se chocarem acima e abaixo das mãos, com movimentos cada vez mais rápidos, e com isso fazer o som do estalar das bolas cada vez mais alto. O problema é que quando nêgo errava, a pancada da bola era na mão, resultado...mão com hematoma. Lembro também do famoso currupio, onde furava tampa de garrafa e introduzia cordão. O objetivo era fazer um movimento de giros com essas tampas de garrafas, de modo que o barulho provocado era de um forte zumbido.

Paulo da Cruz disse...

Eduardo, você foi genial. A introdução dos pontos permitiu a formatação não desfazer. Edmo, lembro da brincadeira das bolas e também do currupio. Eram bem legais.

César Tavares disse...

Alguém lembra das regras da brincadeira de rua que consistia em jogar/fincar um ferro pontiagudo e depois passar umas linhas para "fechar" o caminho dos concorrentes?

Esta brincadeira geralmente ocorria após chuvas quando o solo ficava mais propício.

Edmo Cavalcante disse...

Esse era o detalhe do jogo, César. Como voçê bem disse, o ele era praticado após uma chuva. Como sabemos o solo da nossa macondo é duro, e a chuva era a senha para iniciar o jogo. Finca, era esse o nome.As regras eu não lembro.

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Quando criança eu gostava de fazer armadilhas: cava um buraco de mais ou menos 30cm de diâmetro, fincava uns gravetos pontiagudos com as pontas voltadas para cima e cobria o buraco com gravetos, capim, jornal, etc, para que alguém ficasse o pé. rs... eu era bem malvado. Eu também gostava de fazer arco e flexa. Certo dia dei uma flexada na perna de um filho de Dimas (que consertava aparelhos eletrônicos). A flexa entrou na batata da perna. Se eu tivesse acertado na barriga dele, certamente teria ficado famoso, aparecendo em jornais, rádio e TV, como A CRIANÇA QUE MATOU UM AMIGUINHO COM UMA FLEXADA. hehe rs...

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

flecha, e não flexa. ok?

Ricardo Dreia Ramos de Menezes disse...

Alguns devem estar pensando: "ainda bem que eu não era amigo dele". rs...