Em antigos textos deste e dos blogs antecedentes falávamos sobre as dificuldades que se tinha para ir de Delmiro Gouveia/Al a Paulo Afonso/BA: desde a estrada que não era asfaltada como também a ausência de linha regular de ônibus.
Quem tinha algo para resolver na adiantada cidade vizinha, seja buscar algum atendimento médico no hospital da Chesf ou até mesmo comprar algum produto mais elaborado que não havia nos estabelecimentos macondianos tinha que se valer dos préstimos dos motoristas de rurais ou do famoso ônibus de Zé Balbino.
E para aquelas gerações de delmirenses mais novos que apenas ouviram falar de tal ônibus e achavam que era apenas uma lenda urbana, eis uma fotografia cedida pelo nosso leitor Chico de seu Nozinho(Chico´s Bar), onde aparece três coisas bem interessantes:
• O famoso ônibus (antes dele teve outro na cor amarela e portando apelidado de “febre amarela” (este não cheguei a ver. Mas dizem que era um antigo veículo escolar americano);
• A rural do Lula Cabeleira. (segundo Chico);
• E um ponto famoso que foi demolido: O Abrigo de Mané Bispo.
Agora é com vocês. Será que há alguma historia interessante que você lembre e que envolva algum dos envolvidos? Partilhe então suas lembranças conosco.
Parte do Centro de Delmiro Gouveia: final dos anos 60 ou inicio dos anos 70.(foto cortesia de Chico de Nozinho) |
12 comentários:
kkkk vamos por partes César, voçê escolhe...Chico de seu Nininho ou Chico de Minervina. A Rural é fácil...era do Lula Cabeleira mesmo. Pelo local que está estacionada dá pra perceber. O Ô- nibus era o do tio Zé Balbino e o apelido do ônibus era "Naná".Tio Zé quando chegava de Paulo Afonso, após uma hora ou mais de viagem, arrodeava a praça principal. Era a famosa a voltinha de "agrado". A estrada era de piçarra, e no período do verão as pessoas desciam do ônibus empoeiradas e satisfeitas. Era um orgulho dizer que tinha ido à(tá certa a acentuação?) Paulo Afonso. E o abrigo de seu Manoel Bispo era talvez o maior ponto de referência da cidade...é isso aí.
Primeiro quero dizer que fico feliz por o blog voltar à ativa.
Antes de Chico ser conhecido por Chico´s Bar, era conhecido por Chico de Minervina, porque ele foi criado por sua tia Minervina, que morava na Rua Euclides da cunha, na mesma casa em que Chico montou o bar.
O primeiro ônibus a andar por Delmiro pertencia a Antônio Augusto, que morava em Palmeira dos Índios e fazia a linha Palmeira/Delmiro/Palmeira. A viajem durava doze horas, saía de cinco horas da manhã de Palmeira e chagava as dezessete em Delmiro. O ponto era no Delmirópolis Hotel (futura casa de Luiz Xavier), pertencente à Lia de Bráulio, onde a “tripulação” pernoitava e retornava às cinco da manhã do outro dia. O abastecimento era feito na loja de Seu Dom (Domingos Xavier Sobrinho), que tinha uma bomba de gasolina em frente. Certa noite, mais precisamente as 19:00h, alguém foi olhar a quantidade de gasolina que tinha no tanque de combustível do ônibus. Como estava escuro foi usado um candeeiro para iluminar a boca do tanque, mas o descuidado aproximou demais e o vapor da gasolina entrou em contato com a chama do candeeiro e o ônibus pegou fogo. O pessoal corria pra pegar água em um chafariz que ficava próximo ao Bar de Lula Braga, mas não adiantou nada, o ônibus virou cinzas.
Bem antes desse incêndio, Seu Balbino, pai de Zé Balbino, comprou um caminhão e o transformou em um ônibus que ficou conhecido por Febre Amarela, toda a carroceria e os bancos foram feitos de madeira. O febre Amarela fazia a linha Delmiro/Água Branca/Delmiro, sendo esse o primeiro ônibus delmirense. Nessa época a cidade de Paulo Afonso ainda não existia.
Devido a dois casos de falta de freio, o juiz Faustino Miranda, determinou que todos os carros só poderia viajar se fizessem testes de freios. Os casos foram: Um com o Febre Amarela que faltou freio quando voltava de Água Branca, mas conseguiu para sem problemas, o outro foi com um carro de Seu Balbino que faltou freio quando começou a descer a ladeira de Piranhas, nesse dia ele transportava o padre Epifânio. Seu Balbino gritava para o padre “o carro vai virar!”, mas o padre, que era “meio” surdo, dizia “é, tá bom, tá bom”. E o carro virou. Mas não ficaram feridos. O teste de freio consistia em sair da igreja em direção a Rua José de Alencar e teria que parar em um determinado ponto. Quando foi a vez do Febre Amarela o freio não atendeu e quase invade uma casa, Seu Balbino conseguiu desviar a tempo.
Muito tempo depois de não existir mais o Febre Amarela, Zé Balbino comprou um ônibus, que é esse aí da foto, e fazia a linha Delmiro/Paulo Afonso/Delmiro. O nome do ônibus era Naná, que era o apelido de uma irmã dele.
Essa história, aí acima, foi contada por meu pai, Zito, a única coisa que me lembro sobre o ônibus de Zé Balbino é que meu amigo José Elias trabalhou como cobrador e, às vezes, comprava revista pra mim e Paulo Afonso.
Grato ao Edmo e o Eduardo por comentários tão detalhados. É isto que acho arretado no nosso blog. Dou apenas um cutucão em algum tema e logo o pessoal desalinhava historias fantásticas.
Seria bem interessante se alguém conseguisse imagens dos ônibus citados pelo Eduardo.
César Tavares
Meu amigo, que nostalgia voltar aos meados do século XX: família Serpa, o ônibus de Zé Balbino... A história do incêndio do outro ônibus que Eduardo citou, eu já comentei no blog em outra oportunidade. Está aí a confirmação. Citei até o Cica, um adolescente que estava no ônibus, talvez ajudando em alguma coisa, e quase perdeu a vida, saiu muito queimado. Alguns dos amigos do blog se lembraram do fato e até trouxeram informações sobre o Cica. - Viajei muito no ônibus de Zé Balbino. Mas bem antes do Naná, viajei nas caminhonetes de Erasmo Bandeira e de seu Campina quando o caminho para Paulo Afonso era pela rua Petrolândia (hoje Castelo Branco), passando pela Broca, Parreira, Alto Bonito (ou Alto Novo - não me lembro bem), saíamos em frente às Craíbas e de lá para o Porto da Barra aonde a travessia para P. Afonso se fazia numa balsa.
Primeiro parabenizar o Zito, que é uma pessoa inteligente e que sabe histórias de cores, números e letras delmirenses. Se compilássemos o bolg teríamos um livro com o título: História popular de pedra a Delmiro. Pode ser que algum dia tenhamos o livro, com ou sem esse título. O que importa é escrever o livro...te vira nos trinta César KKKKK! E o padre Epifânio? Meio surdo dizendo tudo bem rsrsrs no bom sentido. Muito bom saber dessas histórias. Certa vez o meu avô, João do Jogo, meteu um tapa de relance no Lula Cabeleira. Motivo: Lula desenvolvia alta velocidade no trajeto Paulo Afonso Delmiro e vovô, com medo e p da vida deu um sacode no pescoço do Lula e pediu para "diminuir" a velocidade kkkkkkkkkkk
Falando em Zé Balbino era ele que tinha um filho chamado de Bandeirinha e que estudava em Recife e fazia um curso que não terminava nunca?
Bem lembrada a historia contada pelo Paurílio. Cica tinha uma motocicleta que fez fama na cidade. Será que alguém tem alguma fotografia da mesma?
César Tavares
Além do curso eterno, tava sempre bem informado sem comprar nenhuma resvista. passava nas bancas de revista e lia uma matéria aqui, outra ali, parte de uma lá, outra parte acolá, terminava lendo tudo, rsrsrsrss.
Edmo é quem sabe das peripécias de Bandeirinha.
Dado, o Bandeirinha era ultra super bem informado...putz.Encontrava-o frequentemente nas bancas de revistas, bem à vontade, dando uma "espiadinha". Digamos, de uma forma econômica...ehehe. Ele era estudadnte do curso de Geologia da UFPE.
O Bandeirinha terminou o curso?
Cesar
Você cometeu um pequeno engano. O Chico é filho de Seu Nininho e não de Seu Nozinho. Seu Nozinho e seu Nininho eram apenas vizinhos.
Paulo do Desvio
Eram apenas vizinhos mesmo?
Sim. Houve um equívoco da minha parte.É pq tb obtive a autorização da Bernadete de seu Nozinho quase simultaneamente quando recebi o material do Chico e do Rubinho do Seu Nininho. O Edmo e o Eduardo já tinham alertado. Não modifiquei o texto pq aí os comentários ficariam sem sentido para quem chegasse depois. E assim está sendo até interessante pq está rendendo assunto.
César Tavares
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