s.m. Rua estreita e curta, às vezes sem saída, e pouco própria para o trânsito; viela.
No passado já falamos deste tema por aqui. Pincei algumas postagens antigas onde becos delmirense foram citados en passant.
Agora é com vocês. Que histórias ou lembranças você tem para nos contar e que tenham ocorrido nos becos delmirenses ou seus arredores? Deixa seu recado então.
Enxerto de texto de Paulo da Cruz.
“A rua quebrava, no seu lado direito, entre as casas do Seu Zeca Norberto e Zé Elias. O beco que essa quebra provocava me deixa uma dúvida quanto ao seu nome: é beco de Zé Elias/Zeca Norberto ou de Luiz Xavier. Esse beco por sinal tem muitas histórias. Não lembro que ele tivesse iluminação própria, acho que pegava os resquícios da luminosidade das ruas que se comunicavam através dele.
Por esse beco regressavam, às suas casas, as garotas que estudavam no ginásio e residiam na Rua do ABC. Eram as famosas meninas da Rua do ABC. Não sei porque, mas elas só regressavam em bando. Acho que tinham medo de alguma alma penada que já estivesse assinando o ponto antes da meia-noite. Mais adiante, agora pelo lado esquerdo, tinha o Beco de Zé Panta. Zé Panta Godoy, segundo contam, foi quem matou Maria Bonita, ou Lampião, não sei ao certo. Esse beco levava à Rua do Correio. Essa rua evidentemente tem nome. Eu não lembro. Ouvia as pessoas se referirem a ela assim.’
Enxerto de texto de César Tavares
“Mocozinha, Velha Ana, Muda, Cata-Osso, Lourdes Pezinho e Percília. Você sabe quem foram estas meninas? Quem pensou que fosse a seleção delmirense feminina de vôlei, errou. Errou feio.
Estas meninas foram professoras de muitos delmirenses. Prestaram um inestimável serviço de iniciação sexual para uma porrada de adolescentes e outros nem tantos.
Eram quase todas desprovidas de beleza física. Afinal vida miserável não deixa ninguém bela. Algumas atendiam à clientela em pequenos quartinhos. Podia ser ali no Beco de Luiz Xavier ou até mesmo no Beco atrás da Castelo Branco. O sujeito geralmente passava pelos becos, como quem não quer nada (e querendo), olhava furtivamente para os lados e de repente emburacava num muquifo. Lá dentro aliviava o que tanto incomodava. Depois saía desconfiado, mais leve e com menos dinheiro. Mas feliz. Uma felicidade barata. Mesmo assim felicidade. Isto não tem preço.(não sabíamos o que era Credicard. Mas o slogan era perfeito)”
Beco que liga rua dos Correios /Cohab Velha(até inicio dos anos 70 a "Matança" ficava próxima)(jan/2010)
Beco ligando a rua dos Correios com a rua do ABC(2)(jan/2010)
Beco que fica por trás da Igreja Nova vai da casa de Seu Valdemar até Rua Augusta(jan/2010)
Beco de Luiz Xavier( Av. Castelo Branco até rua do ABC) Foto de Paulo da Cruz.
Beco das 7 facadas(Av. Castelo Branco até rua Padre Anchieta ?) Foto de Paulo da Cruz
Beco que vai até as proximidades do Cemitério Velho.(foto de Paulo da Cruz dez/2007)
14 comentários:
Procurei mas não achei(ainda) um texto ou seria comentário feito não lembro mais se Paulo da Cruz ou pelo Abrahão onde era contada a origem do nome do beco das 7 facadas...Seria interessante alguém recontar a mesma.
Grato
César, a história quem contou fui eu. O nome é decorrente de 7 facadas que Lourdes "Gato" uma das "meninas" que faziam ponto nos muquifos que existiam nos arredores do Beco das 7 Facadas. Milagrosamwnte ela sobreviveu.
Curiosamente os dois trechos de textos de "posts" antigos que você disponibilizou agora usam o termo "meninas" para se referir a pessoas diferentes. No meu texto eu me refiro as meninas das Rua do ABC. Vou corrigir para garotas da Rua do ABC. Eram todas minhas colegas ou contemporâneas do GVM. Eu agora ao ler o texto vi que cometi uma indelicadeza: usei a expressão "mas elas só regressavam em bando" quando o politicamente correto seria "mas elas só regressavam em grupo". Não que o termo esteja incorreto, porém devido a conotação pejorativa que ele também tem é preferível usar a palavra "grupo". Peço mil perdões a todas.
No beco que liga a rua dos Correios a do ABC, lembro-me que havia um pequeno estabelecimento comercial que vendia figurinhas e lá era o local onde se resgatava os prêmios. Um dos álbuns era com capa lilás e tinha o desenho de um passarinho. Alguém lembra destes álbuns?
Quantos becos, quantas histórias, quantos amores, tantas memórias.Certamente este tema nos leva a refletir sobre os acontecimentos nestes pequenos espaços entre as ruas, que guardam muitas histórias de amor e traição. Quero aproveitar este espaço e lançar um desafio para os nossos amigos do blogger.O fato é: Você conhece os becos de Delmiro? Lançarei o desafio, dando inicio a lista de alguns deles e iniciando com um que certamente fez parte do cotidiano de muitos jovens e adultos de Delmiro Gouveia.
Beco do escondidinho, Beco de Luiz Xavier, beco de Pedro Camilo.
Por enquanto só falarei estes. Espero que vocês possam abrir o baú de suas memórias e colocar os muitos becos que fizeram parte de nossa infância e adolescência em nosso macondo.
Um abraço para todos.
Permitam-me falar sobre um beco que está bem distante da nossa Macondo. Uma prova de que em todo lugar há pelo menos um beco famoso. Sempre ouvi falar, através de amigos de S. Luis-MA, que lá existe um histórico Beco da Bosta. Matando a curiosidade, pesquisei e de fato o fedorento é real. Por lá passavam os escravos carregando para a maré as tinas com os excrementos da família para quem trabalhavam. Tentaram mudar o nome para outros bonitos, como - Beco da Baronesa, Beco 28 de Setembro (data da Lei do Ventre Livre),etc, mas não teve jeito, ficou mesmo no popular Beco da Bosta.
Zennus o beco de Pedro Camilo era(ou) é aquele que ficava atrás do cine Pedra e tb nos fundos da rua Rio Branco? Acho que hoje seja uma rua. E por lá tem o famoso ponto de encontro?: Bar do Jorge(que é parente do nominado)
Paurilio o beco de S.Luiz tem historia parecida com a rua Gomes Taborda em Recife. A qual todos só a chamam de rua da Lama(mesmo sendo completamente asfaltada hoje em dia)
É verdade, César. A Gomes Taborda tomou jeito de rua mas continua rua da Lama.
César, o beco de Pedro Camilo se encontra na castelo Branco. É o ultimobeco da rua sentido ao antigo arco. O mesmo dá acesso a rua Freitas Cavalcante.
Zennus vc lembra se na esquina deste beco com a Castelo Branco funcionou no passado a escola de datilografia/armarinho da Jacira?
César, esse beco a que você se refere é anterior ao de Pedro Camilo. Na Castelo Branco tem o beco de Luiz Xavier (o primeiro a partir do antigo Cine Real), o beco das 7 facadas, o beco do Fabiano (ou será do Zé Balbino), o beco sem nome (não sei se de Jacira ou de Seu Cassimiro) e o beco de Pedro Camilo. Por falar em Seu Cassimiro tem um história que conta que ele enfrentou o dono da fábrica, sim, o temido Antônio Carlos, que por ser o patrão metia medo em muita gente. Ele era o chefe da gráfica da fábrica e se desentendeu com o patrão e teve a coragem de enfrentá-lo,coisa que poucas pessoas, naquela época, se atreveriam a fazer. Afinal de contas, havia o emprego a preservar, principalmente em uma cidade onde as possibilidades de emprego com um salário decente eram poucas. Pois bem, o Seu Cassimiro saiu da fábrica, não sei se foi despedido ou aposentou-se e abriu uma gráfica em uma casa que ficava justamente nesse beco que liga a Castelo Branco com a Freitas Cavalcante. O beco de Pedro Camilo faz também essa ligação umas 30 (é chute)casas depois. Pedro Camilo tinha uma casa comercial próxima ao local onde ficava uma árvore com o macaco Jacó acorrentado (hoje isso não seria possível). Creio que em frente a casa comercial de Pedro Camilo tinha uma quadra de voleibol. Paurílio poderá confirmar (ou não) essa minha informação.
Cheguei a conhecer seu Cassimiro quando ele, no meu tempo em Delmiro, residia na rua 13 de Maio em uma daquelas casas diferenciadas, vizinho a Antonio Cardeal. Só não me recordo dessa peitada com Antonio Carlos. Quanto a Pedro Camilo, tinha mesmo uma bodega e em frente a esta, havia uma quadra, a localização era já próxima à esquina da rua 7 de Setembro onde estava a casa de dona Mariquinha.
Esse blog é uma verdadeira fonte histórica, estou visitando ele hoje e me interessei pro essa história dos beco Escondidinho (beco Sete Facada,beco Zé Balbino),beco do chafariz( onde a professora Mocozinha morava por traz da pousada Atalaia),o beco canta galo,o beco Luiz Xavier e outros.E os Cabarés da Tonha e Percília na Rua Alto da Paz ou Rua do Caceta Armado atualmente Rua Joenilson da Silva (China).Alguém sabe informar porque Rua do Cacete Armado?
Iratan a duas versões: uma dizia que era por causa das constantes brigas que havia na região. Outra mais picante é sobre o estado em que os "clientes" das "professoras" chegavam para as "aulas".
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