sábado, 1 de novembro de 2008

Prédios Delmirenses: Sobrado do IBGE. Uma aula por Eduardo Menezes.

O blog não tem regras fixas. O bom disto é que dá certo dinamismo. E considerando riqueza de detalhes e informações trazidas pelo do Eduardo Menezes sobre o atual prédio do IBGE, resolvi transformar o seu comentário em post complementar ao anterior: Prédios Delmirenses.

Texto de Eduardo Menezes.

Conversando com meu pai, para quem ainda não sabe João Menezes (conhecido por Zito), Coletei algumas informações sobre o sobrado da foto que enviei e juntando com as poucas lembranças minhas, chegamos a isto:

- Foi construído por Arsênio Freire, mascate de Mata Grande que resolveu morar em Delmiro Gouveia, onde, após algum tempo comprou uma padaria na Rua Rui Barbosa, onde hoje funciona o posto de lavagem de veículos Irmãos Feitosa.

- Na construção foi usada a madeira de um antigo sobrado pertencente a Agenor Serpa, Pai de Antenor Serpa, que ficava no povoado Várzea do Pico.

- Foi inaugurada em 1948, data da foto que mandei. Aliás, a essa foto foi enviada junto com o convite de inauguração.

- Meu pai, na época com 18 anos, foi a inauguração. Entre os convidados ele lembra que estavam Dr. Antenor Serpa e Joaquim Correia e silva (conhecido por Quinzinho).

- A inauguração teve direito a champanhe (bebida não muito comum na época) e bênção do padre da paróquia local.

- Em 1954, com a instalação do município de Delmiro Gouveia, Alfredízio Gomes de Menezes foi nomeado prefeito, enquanto chegavam as eleições, e o sobrado passou a ser a sede da prefeitura, que depois foi transferida para a Rua do Progresso (atual Av.Pres. Castelo Branco), em cima da farmácia de Quinzinho.

-Dedé patriota, irmão de Zezé, morou no 1º andar.

- Com relação aos americanos ele lembra vagamente de alguma coisa, pois na época tinha ido morar em Colônia Leopoldina, mas acha que ficaram por pouco tempo.

- Quando o IBGE foi instalado, pela primeira vez, no período de 1973 1976 no 1º andar do sobrado, no térreo funcionava a Emater. Nessa época Chico do Berimbau (conhecido por Tarzan, Bilu Tetéia, Roberto Carlos, entre outros apelidos) já morava em um quartinho que ficava nos fundos do sobrado. O prédio pertencia a Miguel Gandu.

- Dona Luiza, mãe de Careca, montou o hotel após a desocupação do sobrado pelo IBGE e a Emater que saíram em um período próximo, Chico do Berimbau também já tinha abandonado o local.

- Quando o IBGE retornou em 1992, o sobrado já pertencia a Maria José Vieira e ficou até 2007. Nesse período funcionou, no térreo, um restaurante que passou por quatro proprietários: Maria, Arnaldo (irmão de Chico, Rubinho, Armando...), Fátima e (não sei o nome) Tio João.

1 de Novembro de 2008 15:04


Agora é com vocês. Há um monte de gente sendo citada. Certamente dará panos para mangas.

9 comentários:

César Tavares disse...

Eduardo seria interessante se conseguisse uma cópia do tal convite de inauguração. Grato e parabéns pela quantidade de informações trazidas à baila.

Anônimo disse...

Relato interessantíssimo! Conforme comentei no post anterior, está confirmado o fato de ter morado no sobrado a família de Arsênio Freire. Importante também detalhes sobre a construção. Eu era bem pequeno quando conheci Arsênio, pois freqüentava a bodega dele por ser a única nas proximidades da minha casa que ficava também na Rui Barbosa. O cara tinha um tino sem igual para o comércio. Tinha também uma sorveteria; também lá pras bandas do Desvio tinha bar ou coisa parecida, com local para se dançar. Em Paulo Afonso ele abriu uma fábrica de geladeira (aquele tipo quadradão, mais usado em casas comerciais, restaurantes,etc), uma padaria e ainda comerciava com trigo. Muitos descendentes de Arsênio hoje moram em Salvador. Grande colaboração nos trouxe o Eduardo.

Anônimo disse...

Uma verdadeira aula de história realmente. Não sabia que nesse prédio funcionou tanta coisa. Acho que me lembro quando era do IBGE/Emater, após, restaurante. A "figuraça" que a meninada gostava de invocar, já morreu? bem provável que sim, ALguém sabe quando?

Paulo da Cruz disse...

Alfredízio Gomes de Menezes era cunhado do Dr. Antenor Serpa e pai de Dr. José Serpa de Menezes que também foi prefeito de DG. Era casado com D. Natércia Serpa de Menezes, uma grande professora e pessoa por quem eu tinha grande carinho, admiração e respeito. Arsênio Freire, irmão de Benedito Freire, também dono de padaria, mudou-se com a família para Salvador quando eu ainda era garoto. Seus filhos costumavam passar férias escolares em DG, creio que na casa da avó que morava na mesma rua que Américo "Carvoeiro". Um dos filhos de Arsênio, Betinho, casou com a filha de Zé Raul.

César Tavares disse...

O Eduardo nos traz o nome de uma figura bastante conhecida: Chico do Berimbau(ou Bilu Tetéia) em 14 de novembro de 2004 no post De Médico e Louco...eu cito o mesmo. Vide Link. http://www.amigosdedelmirogouveia.blogger.com.br/2004_11_01_archive.html

A pergunta é? Por onde anda o Chico do Berimbau?(se ainda é vivo)

Eduardo Menezes disse...

Obrigado pelas considerações. Fico feliz em saber que minhas informações foram úteis.
No momento estou viajando, só estarei em casa no dia 11, mas já falei com meu pai pra procurar nos arquivos dele se tem algum documento histórico sobre a cidade e/ou pessoas de Delmiro. Vamos ver o que vai sair

Anônimo disse...

Oi Eduardo!saudades.........sou a Cléo e convivemos como vizinhos quando o IBGE e a sede do PCdoB e UJS funcionavam ali na rua de Dr. Ulisses e vc adorava fazer tolocos de argila que parecia cocô de verdade e todo mundo q ia se apoiar na janela tomava o maior susto lembra? Tenho ótimas lembranças daquelas tardes viu? bjs................ Cleonice Menezes.

Eduardo Menezes disse...

Ha ha ha ha, é verdade.
O material que eu usava era pó de serra com cola branca. A rua que cleonice citou era antiga Rua do ABC, atual Rua da Independência, nº 73. A casa que funcionava o IBGE era de propriedade do pai de Zé Lobinho. Depois que o IBGE saiu de lá pssou a funcionar uma fábrica de chinelos, do próprio Zé, que depois passou a ser a sede do Sindicato dos Professore.
Valeu pelas boas lembranças Cléonice.
Abração

Eduardo Menezes disse...

Ha ha ha ha, é verdade.
O material que eu usava era pó de serra com cola branca. A rua que cleonice citou era antiga Rua do ABC, atual Rua da Independência, nº 73. A casa que funcionava o IBGE era de propriedade do pai de Zé Lobinho. Depois que o IBGE saiu de lá pssou a funcionar uma fábrica de chinelos, do próprio Zé, que depois passou a ser a sede do Sindicato dos Professore.
Valeu pelas boas lembranças Cleonice.
Abração